São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997 |
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J.J. CALE
LUIZ ANTÔNIO RYFF
Ele é daquele tipo de artista referência para outros artistas e praticamente desconhecido do público -embora exista uma pequena legião de adoradores. Seus discos não vendem bem e suas músicas se tornam conhecidas nas vozes dos outros. O exemplo mais famoso é "Cocaine", que muitos apostam ser de Eric Clapton. Foi Clapton quem chamou atenção para Cale, gravando "After Midnight", do compositor -mais tarde ele também regravaria "I'll Make Love To You Anytime". O Lynyrd Skynyrd também gravou duas músicas de Cale, "Call Me The Breeze" e "(I Got The) Same Old Blues". Outro de seus discípulos é o guitarrista Mark Knopfler (Dire Straits). Para os neófitos, "The Very Best of J.J. Cale" revela que "Cocaine" não foi uma obra do acaso. Cale possui um estilo inconfundível. Sua música tem muita influência de música country e um pouco de jazz. Suas linhas de guitarra são suaves e melódicas. Têm um ritmo hipnótico, e sua voz é cool -nada de gritos. Como seu trabalho vem perdendo vigor com o decorrer do tempo, o melhor dessa coletânea é que ela se baseia nos seus oito álbuns iniciais, no período que vai até "8" (1983). Mas seu melhor trabalho é o primeiro. "Naturally" (1971) é uma obra-prima do blues. Quatro músicas são dessa época. "Call Me The Breeze", "Crazy Mama", "Magnolia" e "After Midnight". Há outras pérolas no disco, quase todas na primeira metade, como "Lies", "Cajun Moon", "Rock and Roll Records", "Hey Baby" e "Don't Cry Sister". Mas existem lacunas. A principal é a ausência de "(I Got The) Same Old Blues" original. Para os fãs de carteirinha de Cale, o CD revela uma instrumental inédita, "Midnight in Memphis", uma sobra de estúdio da época do segundo disco, "Really" (1972). (LAR) Disco: The Very Best of J.J. Cale Artista: J.J.Cale Lançamento: PolyGram Quanto: R$ 18, em média Texto Anterior: JOHN MAYALL Próximo Texto: Nana Caymmi; Shelter; SNFU; Apache Indian Índice |
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