São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997
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ARQUITETURA + SONS + DANÇA +

CELSO FIORAVANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A arquitetura está nas ruas, nas praças, nas igrejas, na televisão. Enfim, a arquitetura está em casa. E é isso que ela tentará provar a partir de sábado.
Nesse dia começa em São Paulo a 3ª edição da Bienal Internacional de Arquitetura, o mais importante evento filiado ao Encontro da Cultura Brasileira 1997.
É o evento mais caro (o orçamento foi de US$ 2,5 milhões); tem a maior expectativa de público (150 mil pessoas); reúne o maior número de participantes (cerca de 550 projetos inscritos, além de 15 salas internacionais e 18 nacionais temáticas); ocupa a maior área expositiva (os três andares do pavilhão da Bienal, no Ibirapuera).
Organizado pela Fundação Bienal e pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil, com a curadoria geral dos arquitetos Lúcio Gomes Machado e Luiz Fisberg, o evento vai mostrar como a arquitetura pode estar presente em todos os lugares, seja nos grandes edifícios de concreto armado, seja em uma humilde casa de pau-a-pique.
Uma das participações mais destacadas é a da Holanda, que está no evento com a mostra retrospectiva de Gerrit Rietveld (1888-1964) e as salas de Jo Coenen e a 9 + 1 (sala dedicada a jovens escritórios de arquitetura).
"A Holanda é país em que a arquitetura se manifesta nas questões cotidianas, em pequenas escalas. Existe no país um diálogo muito importante da arquitetura contemporânea com a arquitetura moderna e os padrões do racionalismo, que estabelece ainda uma nova identidade com a arte contemporânea. Eles são também muito ativos na difusão dessa arquitetura", disse o arquiteto e curador Lúcio Gomes Machado.
Outro motivo foi o curto espaço de tempo que a organização do evento teve para arregimentar um número suficiente de mostras que lhe justificasse o nome de "internacional". A mostra de Rietveld era uma das que estavam à disposição, embora também ao preço mais alto: cerca de US$ 400 mil.
Os apenas oito meses de organização (que começou em março) são visíveis no baixo número de projetos internacionais inscritos espontaneamente: cerca de 20 em um número total de 550.
Esses trabalhos foram aceitos sem qualquer seleção para que, segundo a curadoria, se criasse "um amplo painel da produção nacional e internacional". Os trabalhos foram dispostos frente a frente em corredores de tapumes, em quatro painéis padronizados por projeto inscrito.
Dentro de tamanha uniformidade (que provavelmente vai dar a essa seção o menor grau de apreensão da mostra), destacam-se trabalhos como o utópico projeto "Floresta na Cidade", de Francisco Spadoni e Takashi Fukushima, que propõe a criação de uma imensa área verde na deteriorada região do parque Dom Pedro.
A 3ª BIA também poderá receber visitas virtuais, na Internet, pelo
endereço http://www.
arquitetura.com.br/bia.

Evento: 3ª Bienal Internacional de Arquitetura
Onde: pavilhão da Bienal (portão 3 do parque Ibirapuera, tel. 011/574-5922) Vernissage: sábado, dia 9, às 19h30
Quando: de 9 a 30 de novembro; de terça a domingo, das 12h às 22h
Quanto: R$ 6 e R$ 3

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