São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997
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Generais articulam entrega de Oviedo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Comandantes militares que articularam a queda do ex-ditador do Paraguai Alfredo Stroessner estão dispostos a mediar o conflito entre o presidente do país, Juan Carlos Wasmosy, e o ex-chefe do Exército Lino César Oviedo.
A informação foi dada pelo general da reserva Regis Aníbal Romero, membro do grupo, integrado também por Oviedo, que articulou a queda de Stroessner, em 1989.
Oviedo, que está foragido, se recusa a cumprir uma ordem de prisão disciplinar de 30 dias, dada por Wasmosy. O general da reserva acusou o presidente de corrupção e covardia.
Oviedo é candidato à Presidência do país nas eleições de maio do ano que vem. O general da reserva disse ao "Bom Dia Brasil", da Rede Globo, que está em território paraguaio e já recebeu oferta de asilo político de quatro países, que não identificou.
Ele também afirmou que está recebendo proteção de membros do Exército e da polícia paraguaias e disse ter mantido conversas telefônicas com alguns presidentes, não identificados.
A ordem de prisão dada por Wasmosy não tem relação direta com o processo enfrentado por Oviedo por uma tentativa frustrada de golpe de Estado contra o presidente, em 1996.
Na sexta-feira, forças do governo tentaram capturar o general em uma invasão malsucedida a sua casa em Assunção. Depois, a busca a Oviedo foi suspensa pelas autoridades.
O governo paraguaio estaria dando a Oviedo uma nova oportunidade de se entregar.
Os sete generais, incluindo o chefe do Exército, Oscar Díaz Delmás, estariam aproveitando a brecha para tentar negociar sua rendição. "Não podemos abandonar um camarada, embora não compartilhemos de sua atitude", afirmou Romero.
Segundo ele, a situação de incerteza política vivida pelo país pode prejudicar seriamente a economia.
Uma das possibilidades cogitadas é permitir que Oviedo cumpra a sentença de 30 dias em sua casa, em vez de ficar detido no quartel da Primeira Divisão de Infantaria de Assunção.
Stroessner
O general Alfredo Stroessner, que governou o Paraguai por quase 35 anos, disse ontem a uma emissora de rádio de Assunção que está acompanhando de perto os acontecimentos em seu país.
Stroessner, que vive exilado no Brasil desde sua queda, em fevereiro de 1989, completou ontem 85 anos de idade.
Ele se recusou, entretanto, a fazer comentários sobre a crise política vivida pelo Paraguai. Ele argumentou que sua condição de exilado o impede de dar opiniões desta natureza.

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