São Paulo, terça-feira, 4 de novembro de 1997 |
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Entenda a crise na região
ROBERT H. REID
O desenlace pode depender de qual das partes arrisca mais que a outra. Se o Iraque expulsar mais americanos integrantes da equipe de inspetores de armas, como ameaça fazer, o governo de Saddam Hussein terá eliminado qualquer possibilidade de o Conselho de Segurança da ONU suspender as sanções econômicas contra o país num futuro próximo. O conselho deve manter as sanções até estar seguro de que o Iraque cumpriu suas ordens, mas Saddam pode ter decidido que as sanções não serão levantadas enquanto ele continuar governando o país. O dilema enfrentado pelo Iraque é: seguir submetido às sanções ou se desfazer de seus armamentos ilegais. Se optar pela primeira opção, é muito provável que seja impossível uma solução diplomática. Os peritos em armamentos da ONU insistem que o Iraque está muito distante de ter cumprido o desmantelamento de seu arsenal, tal como ordenou o organismo há seis anos. O chefe dos inspetores, o australiano Richard Butler, suspeita que os iraquianos tenham decidido contestar a presença de americanos por sua equipe estar a ponto de descobrir armamentos escondidos. Embora as decisões de Bagdá afetem diretamente cidadãos americanos, Washington preferiu ver a medida como contrária à comunidade internacional. O governo Clinton enfrenta forte resistência por parte de Rússia, França, China, Egito e outros dos 15 países do Conselho de Segurança em matéria de medidas punitivas. Boa parte desta oposição responde a interesses comerciais: Rússia, China e França estão a ponto de assinar contratos petrolíferos muito lucrativos com Bagdá assim que as sanções forem suspensas. Texto Anterior: Saddam reúne chefia militar Próximo Texto: Israel e palestinos negociam nos EUA Índice |
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