São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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VBC Energia quer diversificar serviços

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A área de concessão da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), no interior de São Paulo, é estratégica para os planos de expansão da VBC Energia.
O principal projeto da empresa vencedora do leilão de ontem é a diversificação dos serviços oferecidos pela companhia, disse o presidente da VBC, José Monforte.
Atualmente, a CPFL é somente uma distribuidora de energia. Com sua estrutura, ela pode ser usada para outros serviços, como transmissão de dados por fibra ótica, Internet e TV a cabo.
A distribuição de gás é outro negócio a que os novos donos da CPFL poderão se dedicar. Na área de concessão da empresa passará o gasoduto Brasil-Bolívia, que deve ficar pronto até o início de 99.
A possibilidade de diversificação de negócios e a localização da empresa foram fundamentais para a definição do preço que a VBC Energia e seus parceiros pagaram pela empresa.
Monforte afirmou que há vários projetos de diversificação -que ele chama de "sinergia"-, mas disse que não há nada decidido.
"O conceito moderno de distribuidora de serviços de utilidade pública é sinergizado. Tudo o que for possível agregar à empresa nós vamos agregar."
A VBC Energia entrou no leilão para ganhar. Junto com a Previ e a Bonaire Participações (sete fundos de pensão) ofereceu preço R$ 383 milhões superior ao do segundo colocado, a Light.
Assim que o consórcio da VBC foi declarado vencedor, assessores de imprensa começaram a distribuir material com informações sobre a empresa, nas quais ela já aparecia como nova dona da CPFL.
Novo sócio
Monforte afirmou que o consórcio estuda a possibilidade de ter mais um sócio, possivelmente uma empresa estrangeira, que teria participação minoritária.
O representante da Bonaire Participações, Henrique Waksman, disse que o grupo está à procura de um "sócio estratégico". Traduzindo: uma empresa que tenha tecnologia e experiência que possa ser utilizada no novo negócio.
A privatização, segundo os vencedores, aumentará a rapidez na prestação de serviços aos consumidores. "A empresa terá maior agilidade porque não precisará obedecer à Lei de Licitações", disse Said de Brito, conselheiro da VBC.
Monforte evitou fazer avaliações sobre o ágio pago por seu consórcio. "O ágio é só uma comparação entre o que a gente acha que é o preço justo em relação ao preço que alguém diz que abaixo dele não vende", afirmou.
Segundo Waksman, os novos donos manterão a previsão de R$ 112 milhões de investimentos para 98 já feita pela CPFL.

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