São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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Pepebista já dá conselhos a FHC

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nem bem declarou apoio à reeleição de Fernando Henrique Cardoso, Paulo Maluf já começou a tentar influir no formato da campanha tucana.
"O presidente fará uma campanha eletrônica. Não terá como dar seu apoio regionalmente, pois isso seria ruim para ele", disse Maluf.
Na avaliação do pepebista, que diz ter dito isso a FHC, o presidente não poderá declarar apoio a quase nenhum candidato a governo estadual. Nem mesmo em São Paulo.
"Ele (FHC) pode ir lá e dizer que vota no candidato do PSDB, que pode ser o Mário Covas ou algum outro. Bom, eu disse que tive 7 milhões de votos e terei muito mais agora. Se ele declarar apoio a algum candidato, pode perder votos", afirmou o ex-prefeito.
Maluf não revela detalhes do seu café da manhã com FHC. "Seria indelicado, pois nós estávamos a sós", diz. Segundo ele, foi uma conversa sincera, em que os dois puderam falar francamente sobre como será a campanha de 98.
O pepebista também passou o dia dizendo que sua decisão é irreversível. "Já dei meu apoio ao presidente Fernando Henrique e não voltarei atrás. Sou apenas candidato ao governo de São Paulo."
A decisão sobre o apoio teria sido tomada "há uns dois ou três meses". Foi anunciada agora porque Maluf diz ter ficado preocupado que o taxassem de oportunista: "Se eu esperasse mais, iriam dizer que eu queria me aproveitar das turbulências recentes nas Bolsas".
Eis a explicação sobre o seu processo decisório a respeito da candidatura: "Decidi ser candidato ao governo de São Paulo porque apareço na frente nas pesquisas, como o nome favorito. E vou apoiar o presidente Fernando Henrique porque ele é o melhor candidato".
Maluf finalizou ontem também um acerto com o PFL, que o apóia na disputa pelo governo paulista e deve indicar o candidato a vice.
Em troca, segundo a Folha apurou, Maluf ofereceu o apoio do PPB para eleger representantes do PFL às presidências da Câmara e do Senado em 1999.

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