São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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Governo dará mais apoio à exportação

Não tem nada de espetacular, diz Mendonça

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O pacote de medidas que o governo deve adotar como complemento ao aumento da taxa de juros não ficará restrito ao corte de despesas. Também serão anunciadas, em dez dias, medidas de incentivo às exportações.
O ministro Antonio Kandir (Planejamento) disse ontem que o governo deverá anunciar, dentro desse prazo, novas linhas de financiamento aos exportadores. A idéia é adequar o crédito para os setores que vendem produtos no mercado internacional.
"Vamos fazer alguma coisa na área de melhoria de exportações. Não tem nada de espetacular, não tem nenhuma mágica", disse o secretário de Política Econômica, José Roberto Mendonça de Barros. "Se já estávamos empenhados no incentivo às exportações, agora precisamos de iniciativas mais fortes."
O governo, disse, vai adotar medidas para aumentar a participação dos pequenos exportadores no volume do comércio internacional. "Isso envolve medidas de promoção e também novos créditos para o setor", afirmou o secretário.
Questionado se a medida não poderia ser ineficaz como outras que o governo já adotou no ano passado, Mendonça de Barros disse apenas: "Se o resultado vai ser melhor, eu não sei".
Segundo ele, tudo que é ligado aos pequenos e envolve crédito é demorado. Os principais problemas dos pequenos exportadores são dificuldade de acesso ao crédito e de colocação do seu produto no ponto de venda.
Segundo Kandir, algumas medidas adotadas pelo governo, como, por exemplo, a isenção de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para a exportação, provocaram um aumento das vendas externas de 2,6% para 11%, de 96 para este ano.
Cortes
Mendonça de Barros também deu alguns detalhes do que pode vir a ser o esperado corte de gastos públicos, sobre o qual o governo mantém segredo desde a semana passada.
Ele informa que "tem coisas no sistema de seguridade social das estatais", por exemplo.
"Nós vamos agir, estamos agindo muito rápido. Vamos ser incisivos. Vai ser uma coisa grande e que pega todas as áreas. Mas não podemos anunciar nada antes que esteja pronto", disse o secretário.
Mendonça de Barros não gosta do termo pacote de medidas. Para ele, o governo vai reafirmar que a estabilidade é o caminho para o crescimento e isso passa pela reorganização do Estado e da melhora nas contas públicas.
Mendonça de Barros disse que o governo não quer aumentar a alíquota da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), que está fixada em 0,20%. Mesmo assim, quer a prorrogação da CPMF até janeiro de 1999. A arrecadação mensal está em torno de R$ 500 milhões e reforça o caixa do governo.

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