São Paulo, quinta-feira, 6 de novembro de 1997
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Ieltsin afasta magnata do Kremlin

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente russo, Boris Ieltsin, em um movimento inesperado, visto como resultado da disputa interna entre os liberais governistas, afastou da cúpula do poder o magnata Boris Berezovski.
O empresário do setor petrolífero, uma das mais influentes figuras da política russa, ocupava um posto no Conselho de Segurança da Federação Russa.
Berezovski acusou Boris Nemtsov e Anatoli Tchubais, primeiros vice-premiês, de arquitetarem sua destituição. Os dois são considerados mentores das reformas liberalizantes por que passa a Rússia.
Segundo Nemtsov, o empresário foi afastado por promover no Kremlin (sede do governo russo) seus interesses privados.
"O presidente tomou tal decisão de acordo com suas convicções. Ele sempre alertou seus aliados a não misturarem suas obrigações", disse Nemtsov.
O grupo empresarial de Berezovski perdeu recentemente uma concorrência para um consórcio considerado próximo de Nemtsov.
O empresário, um dos patrocinadores da campanha que reelegeu Ieltsin em 1996 e um dos articuladores do acordo de paz com a República da Tchetchênia, disse que pretende continuar atuando na política.
Ele afirmou que apoiaria o presidente russo caso este resolva concorrer mais uma vez ao cargo.
Segundo analistas políticos, o afastamento de Berezovski encaixa-se no estilo de Ieltsin. O presidente russo tem regularmente tirado poder de seus aliados para manter a sua autoridade.
Tchetchênia
O presidente tchetcheno, Aslan Maskhadov, declarou ontem a Tchetchênia uma república islâmica. "Nós ganhamos nossa independência e agora anunciaremos um novo sistema de administração. Será a República Islâmica da Tchetchênia" disse Maskhadov durante uma recepção num hotel da cidade de Antalya (sul da Turquia).
O status da região permanece incerto após a guerra de 21 meses contra Moscou, encerrada com um acordo de paz, em 1996. Mashkadov quer independência total para a Tchetchênia, mas a Rússia descarta esta possibilidade.

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