São Paulo, sábado, 8 de novembro de 1997
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BNDES financia vencedor com R$ 890 mi

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A BNDESPar (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Participações), subsidiária do BNDES, terá 20% de participação acionária na empresa que vai gerir a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), privatizada na quarta-feira passada.
O BNDES é o banco estatal responsável pela gestão do programa de privatização federal e assessor dos programas estaduais.
Por intermédio da BNDESPar, o banco comprará R$ 890 milhões em debêntures (títulos de crédito) da gestora da CPFL. Uma parcela fica como empréstimo para pagamento em dez anos, e outra, equivalente a 20% do capital da empresa, será convertida em ações.
O custo do dinheiro emprestado será de 5,5% ao ano mais a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que varia a cada três meses -atualmente o índice é 9,4%.
Segundo Durval Soledade, diretor da BNDESPar, todas as debêntures serão conversíveis em ação, mas a BNDESPar considera que o ideal para ela será converter apenas 20% do capital da empresa.
A compra de debêntures pela BNDESPar será a única forma de financiamento do BNDES aos novos controladores da CPFL. Não haverá empréstimo adicional feito diretamente pelo banco.
Soledade afirmou que o único interesse da subsidiária do BNDES na operação é fazer um bom negócio. A BNDESPar tem ações de valor superior a R$ 10 bilhões.
A CPFL foi comprada pela VBC Energia, formada por Votorantim, Bradesco e Camargo Corrêa.
Segundo Durval Soledade, a BNDESPar exigiu, para entrar na associação, que fosse formada uma empresa aberta (a VBC é fechada). Outra exigência foi que a empresa fosse gestora tanto da CPFL como dos demais empreendimentos da VBC e de seus parceiros na área de energia elétrica.
As negociações com a VBC foram concluídas sem a presença do presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, em visita à Embraer, outra estatal privatizada.

LEIA MAIS sobre a privatização da CPFL à pág. 1-6

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