São Paulo, sábado, 8 de novembro de 1997
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Bolsa aciona mecanismo anticrash; FHC promete pacote fiscal mais duro

DA REDAÇÃO

Os mercados financeiros viveram ontem mais um dia de turbulência, com momentos de pânico e perplexidade diante da incapacidade de se prever o fundo do poço do crash global.
A Bolsa de São Paulo foi obrigada a acionar o mecanismo anticrash quando a queda bateu em 10%. O pregão ficou suspenso por meia hora e, ao ser reaberto, caiu ainda mais, antes de se recuperar parcialmente e fechar com perda de 6,38%.
Desde o tombo da Bolsa de Hong Kong, em 23 de outubro, que deflagrou a crise atual, a Bovespa já recuou 31,8%.
O nervosismo de ontem teve origem externa, com a forte queda da Bolsa da Coréia do Sul (apontada agora como a bola da vez dos ataques especulativos) e a divulgação do menor nível de desemprego nos EUA desde 73 (o que gera temores de elevação dos juros para esfriar a economia).
No front interno, boatos de instituições em dificuldades continuaram empurrando as cotações para baixo.
No mercado de câmbio, prevaleceu a instabilidade, que pressionou as cotações do dólar, apesar de o BC ter vendido R$ 2,5 bilhões em dólares e títulos com correção cambial.
O presidente Fernando Henrique Cardoso, que está na Venezuela, antecipou em um dia, para hoje, a volta ao Brasil. Amanhã, ele se reúne com a equipe econômica em Brasília para preparar o pacote fiscal a ser anunciado na segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan.
"Nós precisamos de um ajuste fiscal mais duro e esse ajuste virá", afirmou o presidente.
FHC não adiantou as medidas. Mas não descartou hipóteses como o aumento da alíquota da CPMF ou do Imposto de Renda para empresas.
A declaração chegou à Bovespa no final do pregão e teria sido responsável pela ligeira recuperação da última hora.

LEIA MAIS sobre crash global nas págs. 2-3 a 2-16

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