São Paulo, sábado, 8 de novembro de 1997 |
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Cristina Rogozinski critica 'body art' Artista expõe na capela do Morumbi FERNANDO OLIVA
"Umbigo" é uma referência explícita à "body art" -tendência atual nas artes plásticas em que o artista usa o próprio corpo como suporte, ou dele extrai elementos, para criar sua obra. "É uma ironia ao artista que só tem olhos para si mesmo", diz Rogozinski. "Umbigo", detalhe de uma barriga em tamanho natural, pesa quase três toneladas e fica na nave central de capela. "Hoje, os olhos do artista estão se transformando no umbigo, e vice-versa." Segundo Rogozinski, o material usado -mármore branco- gera tensão com a forma. "O mármore é frio, e a barriga, quente, dá vontade de pôr a mão." O mármore polido do umbigo e seu entorno também contrastam com o marrom escuro das paredes de taipa da capela do Morumbi. O batistério abriga "Medalha", bloco quadrangular que fica no chão da capela e exibe, no topo, uma pequena escavação em baixo relevo preenchida com uma mistura de óleo com pó de latão e ouro. "Ficou como uma obra que ainda não tivesse sido acabada, um processo interrompido no meio do caminho." Gesto Desenvolvendo seu trabalho com os baixos-relevos, Cristina participa, a partir de 4 de dezembro, do Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte, onde exibe três "escavações" nas paredes do Museu de Arte da Pampulha. "Cumbuca", "Tigela 1" e "Tigela 2" são feitas com um entalhador. "Quem olha tem a sensação de que as marcas foram feitas com a mão, como se o gesto ficasse impresso na parede", diz ela. Em fevereiro, Rogozinski participa da 17ª edição da Arco, a maior feira de arte contemporânea da Espanha. Ela leva a Madri três obras em latão banhado a ouro, que ainda serão definidas por ela e por seu galerista, André Millan. A artista volta aos trabalhos sobre paredes -agora com pó de ouro- em agosto, na galeria Millan. Mostra: Cristina Rogozinski Onde: capela do Morumbi (av. Morumbi, 5.387, tel. 011/606-2218) Quando: terça a domingo, das 9h às 17h (vernissage hoje, a partir das 12h) Quanto: Medalha, R$ 7.000; Umbigo, R$ 14.000 Texto Anterior: Mostra traz várias décadas de Brasil Próximo Texto: Benjamin Taubkin lança CD em A Casa Índice |
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