São Paulo, domingo, 9 de novembro de 1997
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'A guerra não existia', diz artilheiro

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

No Sul-Americano de 1945, o atacante argentino Rinaldo Martino fez o gol do título sobre o Uruguai. Se houvesse a Copa de 1946, seria candidato a artilheiro.
Atleta do San Lorenzo, ele conquistou um lugar na seleção quando o time do River Plate era chamado de "La Máquina".
(RB)
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Folha - Qual é a diferença entre o futebol de seu tempo e o de hoje?
Rinaldo Martino - Antes, os times entravam para ganhar. Os atacantes de hoje vêem cada vez mais de longe as traves do rival.
Folha - A geração argentina dos anos 40 era melhor que a vencedora nas Copas de 1978 e 1986?
Martino - Na minha opinião, sim. Se houvesse a Copa de 1946, nós seríamos os campeões. Naquela época, o futebol sul-americano era melhor do que o europeu.
Folha - A Argentina era melhor do que o Brasil?
Martino - O Brasil estava evoluindo, mas costumávamos vencer. Os brasileiros eram rápidos e plásticos.
Folha - Como via na época a 2ª Guerra Mundial?
Martino - Para mim, a guerra não existia. Estava vivendo às mil maravilhas: era jovem e jogava futebol.
Folha - O sr. sente falta de uma Copa em sua carreira?
Martino - Eu sempre me imaginei disputando uma Copa, ainda mais naqueles anos de 1945 e 1946. Mas a realidade, às vezes, sabe ser desgraçada.

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