São Paulo, domingo, 9 de novembro de 1997
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Lavanderias vivem clima de marasmo

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O conceito de que só roupas especiais vão para lavanderias está indo por água abaixo. A imagem do dono de lavanderia entregando as roupas penduradas também é coisa do passado.
Lavanderias estrangeiras, com tecnologia avançada vinda dos EUA e da Europa, eliminaram os antigos métodos desse serviço.
Hoje, esse segmento, que fatura cerca de US$ 2,8 bilhões por ano no Brasil, coloca o país como um dos melhores mercados mundiais.
"Na Alemanha, existem 4.500 lavanderias. No Brasil, só na Grande São Paulo, já existem aproximadamente 1.200 lavanderias", afirma José Maurício Guimarães, 38, consultor do Sindilav (Sindicato de Lavanderias e Similares do Estado de São Paulo).
Queda nos custos
Apesar da queda gradativa do custo do serviço -50% de 94 para cá- e de existir otimismo quanto ao crescimento do setor, o ano de 97 não apresentou bons resultados para a maioria dos empresários que atuam na área.
Edmund Konjedic, 40, dono da rede de franquias Laundromat, diz que o mercado está em franco crescimento, mas que a situação ainda é de marasmo.
Othon Barcellos Corrêa Sobrinho, 51, proprietário da rede Vip Express e presidente do Sindilav (Sindicato das Lavanderias e Similares de São Paulo), concorda com o concorrente.
Para ele, apesar da queda dos preços e da ampliação da tecnologia, o ano de 97 foi de estagnação. "O mercado, desde o Real, dobrou, mas agora deu uma parada."
Philippe Jean, 42, diretor-executivo da norte-americana Dryclean, discorda. A empresa entrou no Brasil em 96 e iniciou o processo de franquias em janeiro deste ano.
"A expectativa era de atingir a marca de 700 peças lavadas por dia em cada loja a partir do 14º mês da operação. Conseguimos em seis meses", afirma.
Pesquisa de campo
Ele conta que antes de entrar no Brasil a empresa pesquisou o potencial do mercado local por oito meses. Para Jean, o grande sucesso nesse negócio é o atendimento personalizado e a qualidade do serviço oferecido.
Nas lavanderias da rede norte-americana Dryclean, todas as roupas que são lavadas e apresentam danos simples, como a falta de um botão ou uma manga descosturada, recebem reparos sem custo algum para o cliente.
"A idéia é oferecer facilidade. Trabalhamos também com serviço de costura e de sapataria. O cliente pode fazer tudo num lugar só", afirma Jean.
A brasileira Mr. Clean também faz os serviços de reparos em peças com problemas simples, como cortesia para seus clientes.
"Arrumamos a peça e colocamos um bilhete para que o cliente saiba que o serviço foi executado", diz Adroaldo Dias, 46, gerente de franchising da rede Mr. Clean.

LEIA MAIS sobre franchising na página 9-4

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