São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 1997
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Esclarecimento; Escolha de reitor; Pornografia e poligamia; Privatismo radical; Finanças de São Paulo; Morte na USP; 'Paulistês'; Fundos de pensão; Impostos altos

Esclarecimento
"A contratação do dr. Lair da Silva Loureiro visa a defesa dos interesses da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo, parte em ação popular. Assim sendo, está incorreta a afirmação da coluna Painel de 5/11 de que tal jurista havia sido contratado pelo sr. Goro Hama, permitindo a interpretação de que a contratação foi feita com recursos da CDHU para a sua defesa pessoal."
Jorge Manuel Marques Gonçalves, superintendente jurídico em exercício da CDHU (São Paulo, SP)

Resposta de Kennedy Alencar, editor do Painel - A contratação do advogado foi feita com recursos da CDHU para defender Goro Hama, que preside a empresa e é réu na ação popular que questiona contrato de R$ 2 milhões.

Escolha de reitor
"Lamento que o Conselho Universitário da USP tenha enviado ao governador do Estado uma lista tríplice de candidatos a reitor diferente daquela que surgiu com a consulta à comunidade acadêmica.
Por mais ilustres que sejam os membros daquele douto conselho, jamais poderiam substituir a opinião de um simples servidor. Quaisquer que sejam os motivos para esse procedimento, nenhum deles é justificável. Isso representa um signo: o do poder distante do ser humano, seja ele bom ou ruim.
Aproveito a oportunidade, como assinante da Folha, para perguntar o que é o prêmio 'Chevalier de l'Ordre des Palmes Académiques', concedido pelo governo francês (São Paulo, pág. 3-5, 7/11). Trata-se de uma honraria a quem protestou contra as recentes experiências atômicas da França no Hemisfério Sul ou o contrário?"
Vítor Baranauskas, professor titular da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Unicamp (Campinas, SP)

Nota da Redação - O prêmio foi concedido a Jacques Marcovitch em 1987, por projeto de cooperação educacional entre o Brasil e a França.

Pornografia e poligamia
"FHC diz não entender de pornografia. Parece, no entanto, ser mestre em poligamia política. Primeiro, estabeleceu relações carnais com o PFL de ACM em sua campanha. Agora, anda de mãos dadas com o PPB de Maluf.
Por que ele não muda de partido de uma vez? Assim, daria ao PSDB chance de lançar um 'candidato próprio' a Presidência, alguém que realmente compartilhe dos ideais que motivaram a criação de seu atual partido."
Alexandre Mata Tortoriello (São Paulo, SP)

Privatismo radical
"O governador Mário Covas privatizou a CPFL. Seguindo o exemplo, FHC deveria privatizar o 'seu PFL'."
Paulo Pires de Campos (Brasília, DF)

Finanças de São Paulo
"Comecei a ler o artigo 'A falência de São Paulo' e, quando cheguei ao quarto parágrafo, fui ver quem o havia escrito.
O currículo do senhor Marcos Cintra fala por si só. O presidente do PL e ex-secretário da administração Paulo Maluf jamais poderia elogiar o governo atual, mesmo se houvesse motivo.
Por que o doutor em economia pela Universidade Harvard não usa toda a sua sabedoria para propor um acordo entre os governos estadual, municipal e federal, para juntos, economicamente falando, resolverem o problema do transporte em São Paulo?"
Eduardo Cavalcante (São Paulo, SP)

Morte na USP
"Mais lamentável do que a insensibilidade da USP para com a população quando resolveu isolá-la fisicamente da casta catedrática foi a nota divulgada a respeito da morte de um garoto de 15 anos ocorrida em seu 'patrimônio'. O episódio lembra alguns do tempo do regime militar, como o caso do jornalista Vladimir Herzog."
Luiz Carlos Chaimsohn (São Paulo, SP)
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"Ridícula a maneira como a Folha tratou o triste episódio da morte de um menino no campus da USP. Nunca vi tanta parcialidade. Foi mais um desserviço do jornal à universidade pública."
Eurico Cabral de Oliveira (São Paulo, SP)
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"Espanta-nos verificar que uma universidade de tal nível se esquiva de maneira tão abjeta de responsabilidades em um caso sério e chocante."
Andréa Aguiar (Belo Horizonte, MG)

'Paulistês'
"A Folha, como jornal de circulação nacional, não pode regionalizar sua linguagem. Senão vejamos: 'Perueiros param zona sul de São Paulo'. Ora, quem não tem alguma afinidade com São Paulo jamais irá saber que se trata de motoristas de microônibus e vans."
João Saraiva (João Pessoa, PB)

Fundos de pensão
"É simplesmente revoltante o contraste existente entre a situação da Previ e a dos seus associados, cujas contribuições, desde sua fundação, têm dado o devido suporte para o exercício de suas diversas atividades.
Enquanto a primeira é detentora de um invejável patrimônio de R$ 21,15 bilhões (em números de agosto de 97) e integra, vitoriosamente, os consórcios envolvidos nas privatizações, seus associados, isto é, funcionários do Banco do Brasil da ativa e aposentados, atravessaram asfixiante crise financeira por força do massacrante arrocho salarial imposto pelo governo. A quem pertence a Previ?"
Alceu Ezequiel Monteiro (Aracaju, SE)

Impostos altos
"Está acontecendo o que todos os governos medíocres fazem: aumento de impostos. Saída primária de péssimos governos quando qualquer crise os atinge diretamente.
Se as Bolsas entram em queda aqui, o nosso governo também se sente em queda. Por que isso acontece sempre? Falta-lhes tino de governância. São só políticos que querem se eleger."
Roberto Gomes Caldas Neto (São Paulo, SP)

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