São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 1997 |
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'Guerra' do salmão força novos planos
DO "TRAVEL/THE NEW YORK TIMES" Um conflito sobre diretos de pesca entre canadenses e alasquianos pode obrigar o turista a refazer seus planos. No meu caso, mudei o itinerário para passar uma noite a mais em Green Rocks.Fiz o caminho inteiro com balsas do Alasca (sem paradas no Canadá) e terminei em Bellingham. Mas o Alaska State Ferry System, a título de desculpas aos passageiros que tinham reservas confirmadas até Prince Rupert, vendeu a passagem para Bellingham por US$ 120, cerca de metade do preço normal. O sol se punha quando peguei um ônibus (US$ 5) do centro de Juneau para o terminal de Auke Bay, um percurso de 24 km, e subi no LeConte, um dos menores navios da frota, sem cabines, com uma lanchonete modesta, convés para carros, saguão de observação, solário e dois banheiros principais. O navio deveria parar em Hoonah, Tenakee e Angoon, vilas de pescadores em ilhas selvagens, sem estradas, chegando a Sitka às 14h30 do dia seguinte. O LeConte normalmente chega na hora, a não ser que perca a maré alta no estreito Peril. Quando isso acontece, atrasa até oito horas. Eu poderia ter dormido num banco do saguão, mas no solário, uma área coberta, aberta para o mar, na popa, os aquecedores funcionavam a pleno vapor, e o ar estava puro e doce. Encontrei uma espreguiçadeira de plástico para esticar meu saco de dormir. Quando acordei com o som de apitos de navios, antes do amanhecer, vi outros passageiros ao lado da cafeteira automática, com ar de sono. Um banho no único chuveiro do banheiro e uma pilha de panquecas para o café da manhã, por US$ 4, ajudaram a me refazer. O sol nasceu em meio a chuviscos. Lembrei-me de onde estava -perto de Angoon, no lado ocidental da ilha Admiralty, envolta em nuvens que pareciam saídas de um quadro chinês. Um conhecido da viagem levou-me para procurar ursos no lixão de Angoon. Não encontramos nenhum, mas, de volta ao navio, vi focas no estreito Peril, e todo mundo correu para a amurada quando o comissário anunciou que havia flamingos transiberianos cor-de-rosa numa árvore a estibordo. Fiquei espantada: com meu binóculo, percebi que as aves eram tão grandes e espalhafatosas quanto enfeites de jardim. Ficamos sabendo, depois, que eram exatamente isso, enfeites de jardim colocados no alto da árvore por alguém com espírito brincalhão. Texto Anterior: Anel viário do Alasca é percorrido de balsa Próximo Texto: Sitka preserva memória russa do Estado Índice |
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