São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Árabe tenta derrubar veto dos EUA

SEBASTIÃO NASCIMENTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o mercado norte-americano fechado desde o início deste ano, diante do veto da Associação Americana de Cavalo Árabe à importação de animais brasileiros, o principal tema da exposição nacional da raça, inaugurada sábado último em São Paulo, é a reabertura dos negócios com os EUA.
Os criadores brasileiros esperam reiniciar o diálogo por meio dos representantes norte-americanos que estão presentes à exposição.
Entre os visitantes estão dois dirigentes da Associação Americana de Cavalo Árabe.
A Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Árabe não quis confirmar se a vinda dos dois dirigentes dos EUA, ambos ligados ao registro genealógico do cavalo árabe nos EUA, estaria relacionada a uma possível reabertura dos negócios.
A Folha apurou, no entanto, que a presença dos norte-americanos no Agrocentro, onde a nacional é realizada, não é unicamente para conhecer o estágio da criação do árabe no Brasil.
Eles devem ouvir as queixas dos criadores brasileiros, pois o fechamento das fronteiras dos EUA para o puro-sangue árabe aqui selecionado traz grandes prejuízos.
"Está fora de moda a pendenga dos EUA com o Brasil a respeito do cavalo árabe. Em época de globalização, de fronteiras abertas, não existem mais motivos para isso acontecer", diz Francisco Carrasco, presidente da associação brasileira.
Nos últimos cinco anos, de importador da raça, o Brasil passou a ser um dos maiores exportadores mundiais de puro-sangue árabe. Os EUA, até 1996, eram o principal mercado consumidor dos cavalos nacionais.
O Mercosul também é um mercado importante. Segundo Carrasco, somente este ano pelo menos 40 cavalos foram exportados para a Argentina, o Uruguai e o Paraguai.
O Chile, que não faz parte do Mercosul, também está comprando animais brasileiros.
"O boicote norte-americano aconteceu em um momento de aquecimento dos negócios do cavalo árabe no mercado internacional", diz Paulo Roberto Levy, selecionador em Jaguariúna, interior paulista, e um dos maiores exportadores de puro-sangue árabe.
Segundo Paulo Levy, em 96 o Brasil exportou mais de 80 animais.
"Após o veto norte-americano, os criadores brasileiros se voltaram para o Mercosul. E a tendência é de crescimento dos negócios. Hoje o Brasil não precisa mais buscar cavalos lá fora, devido ao padrão de qualidade que já atingimos", afirma.
Provas hípicas
Antes luxuosa, a Exposição Nacional do Cavalo Árabe ficou mais simples nos últimos anos.
Mas a preocupação com a qualidade dos animais expostos é a mesma.
No total, 1.210 cavalos estão inscritos, entre puro-sangue árabe, anglo-árabe e cruza-árabe. Esse número é recorde, diz Carrasco.
Haverá ainda um grande número de provas, entre elas hipismo clássico e rural, e enduro.
"Damos ênfase às provas para mostrar a versatilidade do cavalo árabe", diz Francisco Carrasco.
Estão marcados três leilões. Um deles, o Arabian New Year, teve os animais da oferta escolhidos pelo criador Paulo Roberto Levy.
O remate acontece no dia 13 e manda à pista 34 lotes, em sua maioria éguas.
Haverá ainda os leilões Sport Total, dia 9, com venda de animais iniciados em provas, e o Caran Excellence, dia 14 (cavalos puros).

16ª NACIONAL DO CAVALO ÁRABE - De 8 a 16 de novembro, no Agrocentro, em São Paulo. Informações na associação do cavalo árabe, tel. (011) 263-1744.

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