São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Crash na Ásia atinge o frango brasileiro

ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A desvalorização das moedas asiáticas está reduzindo as exportações brasileiras de carne de frango. Em setembro último, houve queda de 6% no volume de carne exportado e 15% no valor arrecadado, em relação ao mesmo período de 1996.
Foram embarcadas 47,9 mil t de carne de frango para diversas partes do mundo.
A Ásia representa 30% das vendas externas brasileiras de frango inteiro e em pedaços.
Ainda não há um levantamento sobre as exportações realizadas no mês passado.
Segundo Cláudio Martins, diretor da Abef (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango), que divulgou os números, o Brasil concorre, principalmente no Japão, com o frango da China e da Tailândia.
Esses dois países, de acordo com Martins, estão oferecendo a tonelada de carne de frango por um preço US$ 200 mais barato.
Terceiro maior produtor e segundo maior exportador de carne de frango do mundo, o Brasil pretende, mesmo com a turbulência do mercado, fechar este ano com um aumento de 14% nas exportações.
As vendas externas devem alcançar entre 650 mil t e 700 mil t, com faturamento de US$ 1 bilhão.
Para que isso ocorra, a Abef informa que o setor pretende adotar algumas estratégias.
Uma delas é ampliar sua atuação em países consumidores de frango inteiro, como os do Oriente Médio, segundo Martins.
Outra alternativa é também aumentar a participação nos mercados de Angola e da Rússia.
As exportações de carne de frango, de janeiro a setembro último, totalizaram 490 mil t, que representaram US$ 670 milhões.
O volume de vendas externas é 19% maior e o de receita 12% superior ao do mesmo período de 96.
Durante o ano passado, o país exportou 569 mil t de carne de frango, com faturamento de US$ 849 milhões.
Mercado interno
Na opinião do economista da USP (Universidade de São Paulo) Fernando Homem de Melo, parte da produção de frango que estava sendo destinada à exportação poderá ser revertida para o mercado interno.
Caso isso ocorra, os preços podem cair para o consumidor devido à maior oferta. Na última sexta-feira, porém, o preço do quilo vivo do frango se recuperou em São Paulo, subindo 8,3%.

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