São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 1997
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Mix Brasil destaca curtas brasileiros

JACKSON ARAUJO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O 5º Festival Mix Brasil da Diversidade Sexual reapresenta hoje, às 21h, no auditório do MIS, o programa "Formas de Vida", que reúne três dos principais curtas produzidos no Brasil: "Ordinária", de Billy Castilho, "Arquivo Ó", do diretor fictício Marcelo Carter, e "Sex-Plex", de Isabelle Bittencourt.
Antes, às 15h, também no MIS, no programa "Mulheres em Desfile" serão projetados os filmes "Monalisa", de Isabelle Bittencourt -premiado nos festivais de Fortaleza e Cuiabá-, "Manual Cinematográfico dos Seios", de Fernanda Riscali, e "A Decisão de Rita", de Reginaldo Bianco, um vídeo sobre aborto do grupo Católicas pelo Direito de Decidir.
Logo após a sessão haverá o debate "Saindo do Armário" com a presença da cantora Vange Leonel.
Ainda hoje, o MIX Brasil apresenta o longa brasileiro "Espelho da Carne" (85), de Luís C. Fontoura. O filme conta a história de um casal de classe média-alta carioca que compra um espelho que pertenceu a um bordel. No elenco estão Maria Zilda, Daniel Filho, Dennis Carvalho e Roberto Bataglin experimentando os prazeres do sexo livre.
No Espaço Unibanco de Cinema, a programação começa às 16h com a exibição do programa "Garotos & Garotas", com três curtas, seguido pelo filme "Juntos a Sós" (91), de P.J. Castellaneta.
Em "Garotos & Garotas" o destaque é o curta "Amá-la", de Roberta Marques, realizadora cearense radicada em Amsterdã. O filme é um painel de memórias de uma mulher que volta à terra natal carregando sua mala.
Em "Juntos a Sós", prêmio de melhor filme pelo júri popular no San Francisco International Gay and Lesbiam Film Festival 95, dois jovens passam a noite fazendo sexo sem segurança. Ao acordar, discutem promiscuidade, relacionamentos gays e bissexualidade.
No último domingo, quando foram exibidos os programas "Contemplando a Vida Gay no Oriente" e "Gays Independentes do Japão", selecionados por Hiroaki Sato, curador do Tokyo International Lesbian and Gay Film Festival, a maior surpresa foi o público composto em quase sua totalidade por membros da comunidade japonesa das mais diversas faixas etárias.
Durante o debate falado em japonês que antecedeu as sessões, surpreendeu o questionamento de uma garota de 9 anos. Acompanhada pelos pais, a garota perguntou o que acontece quando um jovem japonês diz para os pais que é gay ou lésbica.
Hiroaki Sato respondeu que no Japão situações como essa são complicadas, pois dificilmente os pais aceitam a homossexualidade dos filhos, o que leva muitos jovens ao suicídio.

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