São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 1997
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Banda faz pop de ponta

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Se a polícia quer ser firme com o Planet Hemp, isso é caso de polícia. Mas é bom que se diga, antes que seja tarde: sejam ou não tratados como bandidos baratos, o que os rapazes fazem é arte.
Depois de uma estréia fraca, em "Usuário" (95), a banda lançou, neste ano, "Os Cães Ladram mas a Caravana Não Pára".
Repete-se aqui a ingenuidade de letras, principalmente no tema maconha, mas o que o Planet faz é pop de ponta produzido no Brasilzinho. Sintonizados com a contemporaneidade, os PH perseguem de perto nomes irrefutáveis do pop norte-americano dos 90, como Beck e Beastie Boys.
Bandas como Cypress Hill lá fora falam o que querem sobre drogas, sem incômodo e recebendo total apoio das gravadoras (a do Cypress Hill é a Sony, a mesma do PH no Brasil, o que faz pensar numa estratégia multinacional de marketing).
Mas nem é o caso de comparar -o pop do Cypress é ordinário, em nada comparável ao do PH.
Este reveste sonoridades modernas e antenadas de letras -não raro ingênuas- feitas de pureza, indignação social e protestos contra a chacina de Vigário Geral.
"É... Rio de Janeiro. É muito fácil falar de coisas tão belas de frente pro mar, mas de costas pra favela", grita a letra de "Zerovinteum". São esses artistas que juízes e policiais consideram meros marginais.
(PAS)

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