São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 1997
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Paralamas fazem melhor que os Titãs

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Os Titãs podem ter feito primeiro, mas os Paralamas estão fazendo melhor.
Pior para o público que, por causa do bom "Acústico" dos Titãs, vai ficar privado, nos próximos meses pelo menos, do similar dos Paralamas, que engavetou momentaneamente a idéia do disco para não congestionar o mercado.
Menos mal que os Paralamas queiram aproveitar esse tempo para burilar seu acústico em pequenas apresentações paralelas aos shows normais do grupo.
E a primeira dessas apresentações foi anteontem à noite, no Hipódromo Up, no Rio, em um palco rodeado por 230 pessoas.
A idéia é repetir esse show em pequenos lugares em outras capitais onde a banda estiver tocando. Eles já estão à procura de uma casa de espetáculos em São Paulo. Como não vai dar para todo mundo ver as apresentações acústicas, a banda decidiu que elas serão surpresa, sem divulgação prévia -as rádios avisarão algumas horas antes.
Com visual moderno, os Paralamas mostraram anteontem seu acústico -que é uma extensão do set que eles vêm fazendo no meio do espetáculo convencional. Houve, como atrações extras, o guitarrista Dado Villa-Lobos e a apresentação ao público de músicas do próximo disco dos Paralamas.
Foi um set curto, com 14 músicas. Com um começo e final empolgante e um miolo que não ficou à altura. Três das versões são matadoras: "Lourinha Bom Bril", com uma introdução latina, "Vamo Batê Lata", com citações de "Relax" do Frank Goes To Hollywood, e "Manguetown", de Chico Science, com os metais do US3.
Há um cover dos Talking Heads e outro de "Eu Sei", do Legião Urbana, que levantaram a platéia. Quando terminaram o show, os Paralamas repetiram metade das músicas a pedido da platéia. Quando abandonaram o palco, deixaram a sensação de que o espetáculo passara rápido demais.
Em relação ao disco dos Titãs -sim, os grupos torcem o nariz para essas comparações, mas os fãs perguntam-, o acústico dos Paralamas tem vários defeitos. Todos mercadológicos.
Em primeiro lugar, esses são melhores músicos do que aqueles; em segundo lugar, esses não chamaram o maestro Jacques Morelembaum para fazer os arranjos (nem Wagner Tiso...); e em terceiro lugar, a maioria das músicas do repertório não é de sucessos. Talvez por isso seja tão bom...

O jornalista Luiz Antônio Ryff viajou a convite da gravadora EMI.

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