São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997
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Carreta bate em 4 lojas e mata 1 em SP

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um caminhão transportando uma carreta com um contêiner carregado com 10,8 toneladas desceu desgovernado a ladeira da Constituição, no centro de São Paulo, atropelou e matou uma pessoa e danificou as fachadas de quatro lojas ontem.
O motorista, Elias Pereira de Souza, fugiu. O advogado Fernando Lopes, da empresa MB Express Serviços e Transportes, que contratou o motorista, disse que ele deve se apresentar hoje.
Segundo Lopes, o caminhão que puxava a carreta pertence ao motorista, e a MB Express, que tem sede em Santos, não se responsabiliza pelos danos causados e pela morte.
O delegado Valdecir Aparecido do Nascimento, do 1º DP (Sé), disse que só depois da perícia no caminhão e na carreta é que poderá apontar responsabilidades.
Segundo Nascimento, o veículo teria ficado sem freios.
O acidente aconteceu entre as 7h30 e as 8h, quando o motorista da carreta foi impedido de seguir pela rua Florêncio de Abreu e tentou descer a ladeira.
Segundo o camelô José Augusto Ribeiro, 32, nos primeiros metros da descida ele perdeu o controle do veículo.
O caminhão desceu a ladeira em baixa velocidade, com o motor desligado, e subiu na calçada do lado esquerdo. Na sequência, arrancou os letreiros de três lojas, arrastou um poste por 15 metros e esmagou o camelô Julio Soares da Silva, 65, contra uma parede.
"Naquela hora, três pessoas subiam a rua. Duas conseguiram pular para dentro do bar, mas o Julio tentou se encostar na parede e o contêiner pegou ele", disse o camelô Carlos José Porazza. Além de Silva, ninguém se feriu.
A carreta só parou no final da ladeira, ao bater na fachada de uma loja, e impediu o tráfego de veículos na rua 25 de Março.
O motorista não foi perseguido porque, no final da ladeira, a carreta derrubou quatro barracas de camelôs e houve um tumulto pela disputa das mercadorias.
"O caminhão pegou minha barraca em cheio. Perdi uns R$ 4.000", disse o camelô José Ribamar Neves. Às 13h, os camelôs da ladeira ainda distribuíam entre si mercadorias coletadas do chão durante o acidente.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que o trânsito de carretas no local era permitido no momento do acidente.

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