São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997
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Polêmica jurídica; Aumento de arrecadação; Corrupção municipal; Gênese; Pedágios e buracos; Plano perverso; Liberdade de expressão; Inculta & Bela; Dilema; Abaixo da crítica; Data festiva; Canibalismo

Polêmica jurídica
"Em reportagem na Folha, à pág. 1-11 (Brasil), em 3/11, sob o título 'Presidente do STF vê risco de elitização', causou-nos estranheza a afirmação do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Antonio Cláudio Mariz de Oliveira de que os pobres estão absolutamente desamparados. Deduz-se dessa declaração que o Estado não cumpre a obrigação de colocar bons advogados a serviço daqueles.
Parece olvidar o ilustre advogado a existência de um serviço jurídico de alta eficiência e que atende, diretamente no Estado inteiro, todos aqueles que não podem pagar advogado.
A Procuradoria de Assistência Judiciária da Procuradoria Geral do Estado está se aprimorando no atendimento jurídico dos menos favorecidos há 50 anos. Hoje está presente em todos os foros da capital, nos presídios, nas Varas da Infância e da Juventude, na Febem. Celebrou com prefeituras e entidades privadas -nelas incluída a Ordem dos Advogados- convênios para a prestação de assistência judiciária a todos, sem exceção, que, comprovadamente pobres, necessitam recorrer ao Judiciário."
Marcia Junqueira Sallowicz Zanotti, subprocuradora-geral do Estado (São Paulo, SP)

Aumento de arrecadação
"O governo obteria os R$ 20 bilhões que pretende amealhar com o pacote fiscal com o aumento de arrecadação tributária por meio da instituição da participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados de empresas.
Tivesse feito a décima parte do esforço que fez para aprovar a emenda da reeleição, a medida já teria sido convertida em lei e tudo funcionaria bem: aumento de arrecadação, melhoria do nível de produtividade, maior número de empregos e, sobretudo, o Tesouro Nacional estaria com os cofres explodindo de dinheiro.
Quem se arriscaria a vender sem nota fiscal e sem registrar seus valores? A partir do momento em que os empregados passem a ter participação nos lucros, sabem que cada centavo vendido sem registro representa uma subtração na base de cálculo de sua participação."
Fernando Nepomuceno Filho (Peruíbe, SP)

Corrupção municipal
"Graças às excelentes reportagens trazidas pela Folha, a população de São Paulo pôde saber e entender o porquê de nossas ruas estarem tomadas pelo comércio ilegal de mercadorias e também tão deterioradas. Funcionários públicos das administrações regionais e da Câmara Municipal, em vez de zelarem pelos interesses da cidade, comandam a venda e o aluguel do espaço público em benefício próprio."
José Claudio Pagano (São Paulo, SP)

Gênese
"Se a palavra mágica é globalização, no atual momento de crash da economia mundial, o melhor seria uma moratória globalizada. Zera-se tudo, de todos e começa-se tudo de novo."
Oswaldo Catan (São Paulo, SP)

Pedágios e buracos
"Quanta incoerência. Quem transita de automóvel pela SP-280 (rodovia Castelo Branco) desembolsa nada menos que R$ 16,80 para passar pelos quatro pedágios. As carretas com três eixos pagam R$ 84,00. Não vemos, entretanto, nenhum investimento na rodovia. Faltam acostamentos, placas de orientação, faixas de solo, telefones públicos etc. Sobram buracos e postos de pedágio."
Mário Sérgio Pazianoto (Ourinhos, SP)

Plano perverso
"Dizem que éramos contra a inflação, mas não é verdade. O que nos incomodava eram os aumentos de preços, impostos e tarifas. Nunca fomos, por exemplo, contra aumentos de salários. Agora, o Plano Real acabou com a inflação, mas continuam os constantes aumentos de preço e, principalmente, de impostos e tarifas, livremente manipulados pelo governo."
Paolo Maranca (São Paulo, SP)

Liberdade de expressão
"O Brasil é um país democrático e sou contra a censura. Mas devemos ter em mente que, como em qualquer país democrático do mundo, as pessoas têm responsabilidade sobre aquilo que falam e fazem.
Cito o caso do Planet Hemp. Seria realmente hilariante se esses músicos ficassem por aí, impunes, estimulando não só a liberação como também o uso de drogas."
Sandro Beraldo (Londrina, PR)
*
"Como prendem o pessoal do Planet Hemp e deixam Faustão e Gugu soltos?"
Adayr Bôrro Junior (São Paulo, SP)

Inculta & Bela
"Lançar a coluna do agradável e digestivo professor Pasquale Cipro Neto é uma iniciativa sensacional, brilhante e deveras oportuna, que nos proporcionará uma chance de ver diminuído o complexo de inferioridade que reina em nossos neurônios com relação ao idioma."
Lènin Ignachitti (Uberaba, MG)

Dilema
"O dinheiro público reservado para publicidade do governo é de R$ 450 milhões. O corte das bolsas de estudos e pesquisas prevê uma economia de R$ 100 milhões.
Pergunte ao povo brasileiro o que ele prefere: propaganda (enganosa) do governo ou formação de futuros pesquisadores e professores?"
Filipe Ceppas (Rio de Janeiro, RJ)

Abaixo da crítica
"Tenho 13 anos e estou indignada com a TV brasileira.
No domingo, 26/10, achei de muito mau gosto o que o Gugu fez. No dia 2/11, ele vai a um asilo e faz os velhinhos chorarem. Ai que dó!
Por que não passam coisas mais criativas na televisão, como documentários, reportagens..."
Natália Costa Araujo (São Paulo, SP)

Data festiva
"Quinze de novembro de 1889 é a data da Proclamação da República: feriado nacional. Dezenove de novembro é o dia da Bandeira brasileira, belíssima e de muito significado: não é feriado. Contra a bandeira nada há a dizer: é símbolo da pátria. Mas, contra a República, desde o primeiro dia até hoje, só se acumulam queixas: uma forma de governo muito discutível entre nós. Muito mais justo seria, portanto, homenagear o dia 19 de novembro, e não o dia 15."
Osmar Bõhler (Curitiba, PR)

Canibalismo
"Não é preciso nenhuma bola de cristal para prever as consequências nefastas do novo pacote econômico. Cedo ou tarde, virá a desvalorização. Provavelmente sem inflação, uma vez que a recessão e o desemprego já terão devorado partes substanciais desse gigante adormecido.
Uma coisa é certa: o Brasil vai entrar para o ano 2000 com pernas-de-pau e chapéu na mão. Aos que tardam, ossos."
Carlos Alberto Dastoli (Taboão da Serra, SP)

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