São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997
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Coluna Joyce Pascowitch

JOYCE PASCOWITCH

Bloco
Do pai ele herdou a vontade de mudar a cara do Brasil. Sem a pretensão de substituir Herbert de Souza -o Betinho-, o filho Daniel de Souza (foto) resolveu usar seus talentos como designer gráfico para ir à luta. Acaba de criar a programação visual do CD "Prato Feito", coletânea com vários artistas e renda em prol da campanha contra a miséria. E já engata os projetos Carnaval Sem Fome -ensaios beneficentes nas escolas de samba do Rio- e A Fome Vai Dançar, com bailes pilotados pelo maestro Paulo Moura mais um convidado estrelado. Se o pacote econômico não atrapalhar, diz, a estréia será dia 20 de dezembro, na Escola Nacional do Circo, com Elza Soares. Na verdade, o que o moço quer mesmo é mostrar à sociedade que a mobilização só funciona se for contínua.
*
Quando se perde a fome de viver?
Quando somos nós que geramos essa perda.
Qual o melhor alimento para a alma?
A verdade.
Quem merece um prato vazio?
Ninguém.
O que ainda não foi bem digerido no Brasil?
Crimes de colarinho branco.
Quando o olho é maior que a barriga?
Quando a ótica é só o lucro.
O que não dá para engolir?
Mais esse pacote econômico.
Como se desenvolve uma idéia bem nutrida?
Com fome.
Que repaginação merece Fernando Henrique Cardoso?
Passar a cumprir suas promessas.
Que alegoria é a cara do Brasil?
Dar R$ 18 bilhões para o Proer e agora precisar arrecadar R$ 20 bilhões com pacotes.
Quem deve ser recebido com confete e serpentina?
A reforma agrária.
Solidariedade é hereditária?
É necessária.
Filho de peixe...
Também nada.

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