São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 1997
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Senado aprova prorrogação do FEF até 99

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado aprovou ontem, em segundo turno, por 54 votos a 15, a emenda constitucional que prorroga a vigência do FEF (Fundo de Estabilização Fiscal) até dezembro de 1999.
O FEF, criado durante a revisão constitucional de 94, havia perdido a validade em 30 de junho. Já aprovada pela Câmara, a emenda será promulgada pelo Congresso Nacional no próximo sábado.
Na mesma sessão, depois da promulgação do FEF, os ministros da Fazenda, Pedro Malan, e do Planejamento, Antonio Kandir, darão explicações aos parlamentares sobre as medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo federal.
A previsão do governo é arrecadar R$ 34 bilhões em 98 com o FEF, que é formado por 20% da arrecadação de todos os impostos e contribuições da União.
Por determinação constitucional, esse dinheiro não entra no "bolo" da União, pois é dividido com Estados e municípios.
Por isso, sem a emenda constitucional que prevê a vigência do FEF, o governo não poderia gastar esses recursos nos setores que considera necessários.
Pela emenda, o dinheiro do fundo destina-se, prioritariamente, ao custeio das ações de saúde e educação, benefícios previdenciários e auxílios assistenciais e despesas orçamentárias com programas de "relevante interesse econômico e social".
Acordo
O relator da proposta, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que há acordo entre os líderes governistas para apoiar emenda constitucional do senador Pedro Simon (PMDB-RS) que exclui do FEF os recursos destinados aos municípios.
Segundo o relator, o próprio ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse que, durante a tramitação da emenda na Câmara, havia autorizado a liberação dos recursos dos municípios, o que não ocorreu por divergências políticas.
No Senado, a polêmica em torno das perdas dos municípios quase provocou a alteração da emenda pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Com a prorrogação do FEF, as perdas das prefeituras em 1997 são estimadas em R$ 274 milhões. Em 98, as perdas seriam de R$ 461 milhões. Em 99, de R$ 262 milhões.
"Para o governo, não é uma quantia significativa, mas, para as prefeituras, esse dinheiro é essencial", afirmou Calheiros.

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