São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997 |
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Oportunismo é meu nome; Fome insaciável; Divisão na base; Dupla faturadinha; História de pescador; Paranóia pefelista; Conta outra; Na surdina; Mordida eleitoral; Cabo-de-guerra; Vaidade ferida; Lucro extra; Enrolando; Na canela; Unanimidade rara Oportunismo é meu nome PFL e PMDB vendem dificuldades na quebra da estabilidade do funcionalismo por excesso de quadros na quarta para arrancar mais barganhas de FHC. Têm 315 votos contados a favor da medida, mas estão dizendo que não dá para aprovar. FHC caiu. Fome insaciável Pefelistas e peemedebistas pedem nova rodada fisiológica para quebrar, na quarta, a estabilidade do funcionalismo quando a folha de pagamento ultrapassar 60% da receita. Dizem que a de anteontem foi só para o texto básico da reforma administrativa. Divisão na base Caciques do PSDB e o presidente da Câmara, Michel Temer, ficaram contrariados com os pefelistas Luís Eduardo, Luiz Carlos Santos e Inocêncio Oliveira, que articularam, com Geddel Lima (PMDB), a parada na votação da reforma administrativa. Dupla faturadinha Ao parar a votação da reforma administrativa, pefelistas e peemedebistas dão a falsa sensação ao governo de que houve vitória na reforma administrativa. E, de quebra, ganham tempo para fazer mais pedidos franciscanos. O Planalto promete atendê-los. História de pescador Piada que corria na Câmara após a votação da reforma administrativa: "Se Eliseu Padilha (Transportes) cumprir tudo o que prometeu aos deputados, a malha viária do país ficará de fazer inveja ao Primeiro Mundo". Paranóia pefelista Cesar Maia (PFL) estranhou o fato de Ronaldo Cezar Coelho (PSDB) ter previsto em telejornal, segunda de manhã, que os juros cairiam anteontem. "Meu governo não pode ter um vice-líder que tenha uma informação dessas e que é banqueiro." Conta outra Ronaldo Cezar Coelho diz que previu a queda de juros a partir da leitura dos jornais no fim-de-semana, com base em seu "preparo, coisa que Cesar Maia não tem". Fala que não é mais banqueiro, só político. Na surdina A Comissão de Orçamento marcou para hoje às 11h votação para morder verbas dos ministérios em favor de projetos para as bases eleitorais dos deputados. Mordida eleitoral O ensino universitário já perdeu R$ 30 mi no Orçamento de 98. O dinheiro vai para a construção de quadras esportivas e campos nas bases eleitorais dos parlamentares. O governo quer recuperar a proposta original. Cabo-de-guerra Parlamentares cortaram do Orçamento de 98 um terço da verba federal (R$ 30 mi) para o rodoanel de São Paulo. O tucano Arnaldo Madeira, articulado com o Ministério dos Transportes, tentará "recompor a verba". Vaidade ferida Sarney ameaça renunciar à presidência da Comissão de Relações Exteriores. Sentiu-se desautorizado por Jader Barbalho, líder do PMDB no Senado, que se chocou com ele ao defender a limitação do uso eleitoral da renda das privatizações estaduais. Lucro extra Além de pressionar deputados, os governadores tucanos que estiveram anteontem em Brasília arrancaram um compromisso do governo: manter os financiamentos da Caixa no saneamento dos Estados que comprovarem capacidade de pagamento. Enrolando O Planalto disse para Inocêncio Oliveira (PFL-PE) negociar com a equipe econômica o corte de 50% dos incentivos fiscais. Na canela De José Aníbal (PSDB-SP), sobre Maluf (PPB) se dizer um dos pais da aprovação da reforma administrativa: "Só fez fumaça. Controla dez votos no PPB, que não fazem diferença para aprovar projetos do governo". Unanimidade rara Por 58 votos a 0, o Senado aprovou ontem a criação do Fundo de Terras, projeto de Esperidião Amin (PPB-SC) que financia compra de imóveis rurais para os pequenos agricultores. TIROTEIO De Arnaldo Faria de Sá (PPB), que votou contra a orientação de Maluf, sobre a vitória do governo na reforma administrativa: - A Câmara sofreu um ataque especulativo. Os "bookmakers" do Planalto especularam com as ações do Orçamento e jogaram na estratosfera o índice de votos. É preciso saber agora se eles fizeram algum "hedge" (seguro). Próximo Texto: Gênio arrependido Índice |
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