São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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Pelo Brasil

NELSON DE SÁ

da Reportagem Local - Eu dei o meu apoio ao presidente porque eu jamais poderia negar neste momento o meu apoio ao Brasil.
Era Paulo Maluf, ontem na propaganda do PPB.
É o canastrão conhecido. Seu texto nada tem de franco. Deu apoio a FHC para usar tal apoio na campanha para governador, sobretudo para isolar Mário Covas.
Mas Paulo Maluf interpreta com um atrevimento, com uma coragem, que bem parece verdade. Se não é verdade, parece. E parecer basta, para eleger hoje em dia.
O ator Maluf não estimula ou requer raciocínio, pelo contrário. No bordão:
- Ah! Eu tô Maluf!
*
No mesmo dia, na Globo, dois registros:
O secretário malufista da Saúde decretou intervenção em módulo do PAS, por desvio de verbas e superfaturamento. E professores protestaram na Câmara contra um projeto malufista, a ser votado nos próximos dias, que reduz de 30% para 25% do orçamento o gasto com educação.
E Maluf tem o atrevimento, cômico como um Enéas ou pior, de fechar a propaganda com uma ameaça a FHC:
- Estarei acompanhando e disposto a ajudar, desde que as medidas (do pacote fiscal) não gerem nem recessão nem desemprego. Não podemos permitir isso.
FHC, como se vê, tem os aliados que pediu.
*
Mas FHC prefere fingir que seu problema é a "oposição". Em discurso ontem, saudando a fácil aprovação da reforma administrativa:
- Eu acho que uma decisão como essa deveria ter sido aprovada por unanimidade. Os que não se juntaram a essa imensa maioria vão pagar o preço histórico.
Unanimidade... FHC, que não é nenhum bobo, sabe que foi autoritário na expressão. Mas é jogo de cena. Mostra autoridade, poder, contra quem não ameaça.

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