São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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Rennó diz que ainda não trocou navio

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Petrobrás, Joel Mendes Rennó, admitiu ontem que a empresa poderá não utilizar o navio Fellowship, bombardeado no golfo Pérsico em 1988, para transformação em plataforma de produção e processamento de petróleo a ser instalada na bacia de Campos (RJ). A plataforma custará US$ 285,3 milhões.
Conforme a Folha informou na última segunda-feira, o navio foi aceito pela estatal em troca daquele que estava originalmente incluído na concorrência ganha pela empresa Marítima Petróleo e Engenharia Ltda.. O navio original tinha o nome de Stena Continent e nunca foi bombardeado.
Ontem, Rennó disse que a troca do navio original pelo Fellowship "poderá ser", mas ainda não foi, oficialmente feita. A confirmação da troca, porém, foi feita pela Marítima e pela engenheira Renata Cavalcanti, chefe da Divisão de Engenharia de Produção do Serviço de Engenharia da Petrobrás.
Rennó disse que a informação de que a troca ainda não estava formalizada foi dada a ele ontem pelo diretor de engenharia da estatal, Sebastião Vilarinho.
Relatório
Cavalcanti foi designada pela assessoria de imprensa da Petrobrás, no último dia 13, para dar entrevista explicando os motivos da troca.
Essa troca havia sido desaconselhada em documento elaborado por técnicos da área de exploração e produção da própria estatal.
A estatal chegou a discutir a possibilidade de excluir embarcações atingidas em bombardeios da concorrência, mas a versão final do edital acabou não tendo nenhuma orientação nesse sentido.
Segundo ela, a Marítima propôs a troca de navios porque a empresa dona do Stena Continent decidiu fazer exigências adicionais para vender sua embarcação.
Após receber informações da entidade responsável pelas avaliações técnicas do Fellowship, a classificadora ABS (American Bureau of Shipping), Cavalcanti disse que o Serviço de Engenharia da estatal decidiu aceitar a troca por considerar que o navio não tinha nenhuma sequela do bombardeio.
O diretor de construção da Marítima, Alberto Padilla, disse que a empresa chegou a temer a perda do Fellowship porque "só uma semana depois que nós perdemos a opção (de compra do navio) é que veio a aceitação da Petrobrás". Segundo ele, foi necessária nova negociação com o armador para que o navio não fosse perdido.
A Marítima, empresa cujo capital é de apenas R$ 5,33 milhões, vem ganhando a maior parte das últimas concorrências feitas pela Petrobrás para contratação de plataformas. Seus contratos com a estatal somam atualmente cerca de US$ 1,7 bilhão.

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