São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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Exportadores pedem, no Rio, isenção da CPMF e impostos

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O empresário Luiz Fernando Furlan, presidente do Conselho de Administração da Sadia Concordia, pediu ontem ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, o fim da incidência da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) sobre produtos destinado à exportação.
O pedido foi feito durante a abertura do 17º Enaex (Encontro Nacional de Comércio Exterior), no Rio. A defesa do fim da cobrança de qualquer tipo de imposto sobre as exportações marcou a abertura do Enaex, que termina hoje.
Após ouvir mais uma vez do ministro Malan que o governo não fará qualquer mudança na política cambial, os exportadores preferiram deixar de lado essa discussão e concentrar seus esforços na busca da desoneração tributária do setor.
Furlan disse que o câmbio atrapalha, mas faz isso em diferentes níveis, dependendo do setor. Ele disse também que, neste momento, seria um erro o governo fazer qualquer alteração no câmbio.
O ministro Malan disse que a discussão sobre a CPMF era menos importante porque ela é um tributo que vai acabar "em pouco tempo", provocando risos na platéia.
Em seguida, Malan disse que o fim da CPMF será tão mais rápido quanto mais rápida seja a aprovação pelo Congresso Nacional das reformas que permitam o equilíbrio duradouro das contas públicas.
Furlan disse que nem ele nem a platéia gostaram da resposta do ministro, que teria apontado a solução do problema para o século 21.
No seu discurso de abertura, o presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), Marcus Vinicius Pratini de Moraes, chegou a citar a Constituição dos Estados Unidos, feita há mais de 200 anos, para reforçar o pleito sobre os impostos.
Segundo ele, a Constituição norte-americana, no seu artigo primeiro, nona seção, isenta de qualquer tributo as exportações. Ele reclamou que, mais de 200 anos depois, o Brasil não tenha conseguido tomar a mesma atitude.
ICMS
Malan anunciou que o governo está estudando a padronização da cobrança do ICMS.
Segundo ele, a proposta, ideal para "o Brasil do século 21", faz parte de projeto apresentado pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, e encaminhado ao Congresso.
"O projeto propõe uma simplificação radical do nosso sistema fiscal, eliminando a incidência de impostos em cascata e esse sistema caótico com 27 legislações de ICMS, uma para cada Estado", disse o ministro.

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