São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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Pesos e medidas

JUCA KFOURI

Pensemos juntos.
O mínimo que se poderia esperar da entidade que cuida da seleção brasileira e, por enquanto, do Brasileiro, é o que será feito: jogadores que estejam nas finais do campeonato não servirão à seleção no torneio da Arábia Saudita.
Porém a CBF exige a participação de nossos "estrangeiros" no mesmo torneio.
Ora, argumentarão os clubes que os têm sob contrato, por que os jogos do Campeonato Brasileiro são mais importantes que os do Espanhol, Italiano etc.?
Por que são finais? Mas na Europa todos os jogos são decisivos, para conquistar o título ou para não cair -ah sim, porque lá quem cai cai.
Então, que lógica é essa que dá a clubes brasileiros a regalia de não ter seus jogadores convocados para a seleção de seu país e exige que clubes estrangeiros os forneçam?
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Caixa D'Água prega a desobediência civil caso o projeto de Pelé vire lei. Bobagem dele.
Até porque a lei virá mais rapidamente do que se supõe e sem ferir nenhum dos pressupostos básicos que a inspirou. Já é inevitável.
Então, as federações estaduais, uma invenção brasileira, perderão, legalmente, qualquer importância.
Poderão manter seus papéis desde que convençam seus associados, que terão a liga como arma, de que servem bem aos seus interesses. Em caso contrário, virarão peças decorativas.
Caixa D'Água, portanto, poderá continuar montando seus horríveis campeonatos como quiser, com o Americano, o Itaperuna, o Olaria e...o Vasco. Não precisará afrontar lei alguma.
Mas perderá qualquer autoridade para obrigar o Flamengo, o Botafogo e o Fluminense, por exemplo, a seguir sua estapafúrdia cartilha.
Desobediência civil fez o Clube dos 13, dez anos atrás, quando foi fundado.
Às federações cabe ver a caixa esvaziando, a água escoando pelo ladrão.
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O promotor público Fernando Capez pode ter tardado, mas, novamente, não falhou. Sua coragem em pedir a extinção da Gaviões da Fiel merece o respeito dos cidadãos brasileiros.
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Tomara que dê certo, mas nada mais falso que Donizete e Bebeto para fazer o Cruzeiro forte.
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E o Zózimo, hein?
A Copa da França não sabe o que perdeu.

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