São Paulo, domingo, 23 de novembro de 1997 |
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Política é símbolo; Como o diabo gosta; Disputa no pênalti; Mera travessura; Jogo de cintura; Pura maldade; Sujeito oculto; Acredita em Papai Noel; Os desafetos; Emergentes na berlinda; Acelera, Câmara; Business presidencial; Combate ao desemprego; Vício de xerife; Chumbo grosso; Tempo fechado Política é símbolo Serjão e Covas aconselharam FHC a não ceder a ACM. Deve bater o pé na alta do Imposto de Renda. Avaliam que, se o presidente recuar, estará se desmoralizando e entregando o governo, na prática, ao pefelista. Como o diabo gosta Pefelistas fizeram uma pesquisa sobre a ação do partido frente ao pacote. Resultados: 1) maquiou a imagem de defensor do grande capital e de sigla dos grotões ao se bater contra a alta do IR e 2) ACM aparece bem, como firme e antenado com o povo. Disputa no pênalti Luís Eduardo Magalhães trabalha para que o pai, ACM, aceite redução na alta do Imposto de Renda. Tem ficado tenso à procura de um acordo que represente uma saída honrosa, mas o presidente do Congresso diz que não volta atrás de jeito nenhum. Mera travessura Pedro Malan (Fazenda) e Gustavo Franco superaram a rusga. FHC entrou no circuito, deixando claro para o presidente do BC que ele quebrara a hierarquia ao descartar acordo com o FMI. Jogo de cintura Malan, mais político que Franco, quer deixar uma porta aberta para poder voltar atrás. Se descartar o FMI agora e tiver que recorrer a ele numa crise futura, ficará enfraquecido como ministro. A saída seria pedir o chapéu. Pura maldade No governo, brincam que está mais atual que nunca máxima atribuída a FHC e a Serjão: "Vamos tratar seriamente a crise. Chamem os marqueteiros". Sujeito oculto O anúncio de que o governo aumentará de 230 mil para 330 mil a meta de assentamentos tem objetivo preciso: desestimular as invasões de terra durante a campanha reeleitoral de FHC. Acredita em Papai Noel Raul Jungmann (Política Fundiária) avalia que só a perspectiva de ganhar um assentamento, em 98, fará com que muito sem-terra não ouça o canto da sereia do MST. E espere sua vez. Os desafetos Gustavo Franco diz que há inimigos "visíveis e invisíveis" do Real. Publicamente, já falou que Delfim Netto (PPB) é visível. Reservadamente, nomeia como invisíveis os tucanos Sérgio Motta, Paulo Renato e José Serra. Emergentes na berlinda Depois de ter dito que ir ao FMI feria a soberania nacional, a Coréia do Sul foi ao Fundo. Quando a situação piora lá, Malan gela. Acelera, Câmara Michel Temer, que conversou anteontem com FHC, pretende votar a reforma administrativa na terça. Para que na quarta possa apreciar a reforma da Previdência na Câmara. E, assim, não perder uma semana de novo. Business presidencial Foi Chirac quem pediu reunião com FHC na terça, na fronteira do Amapá com a Guiana Francesa. Há interesse na pavimentação da BR-156, que vai de Macapá à capital do departamento francês, Caiena, facilitando ligação do Mercosul com a Europa. Combate ao desemprego Piada que circula em São Paulo diz que a OAB pretende erguer um monumento a Covas. Nunca o governo estadual contratou tantos escritórios de advogados que costumam cobrar uma boa nota pelos seus serviços. Vício de xerife Romeu Tuma (PFL-SP) sentou sobre o projeto que prevê prisão domiciliar a condenados até quatro anos que não tenham cometido crime violento. O texto, para esvaziar as cadeias, costuma dar alergia no ex-delegado. Chumbo grosso Em seis horas de depoimento no Ministério Público, Fernando Bonfim reforçou acusações de corrupção contra o governador Amazonino Mendes (PFL-AM), de quem se declarara testa-de-ferro empresarial. Tempo fechado Até setembro, o governo liberou 13,8% do total de R$ 258 mi previstos para bolsas de pós-graduação em 97. Como o corte do pacote é de 90% sobre o total executado neste ano, universidades esperam o pior em 98. TIROTEIO De João Paulo (PT-SP), sobre o adiamento por uma semana da votação dos destaques polêmicos da reforma administrativa: - Em um final de semana, a base fisiológica do governo tem tempo de produzir um rombo espetacular nos cofres públicos, com concessões, favores e liberação de emendas paroquiais. Próximo Texto: Ora, bolas! Índice |
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