São Paulo, domingo, 23 de novembro de 1997
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Tradução pública é ramo específico

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Lúcia Helena França, 47, é uma das 200 pessoas que passaram no último concurso público feito para tradutor-juramentado no Estado de São Paulo, em 1979.
Nomeada no ano seguinte, acumula a função com o emprego de professora na Faculdade de Letras da PUC-SP, a mesma onde fez pós-graduação em linguística aplicada ao ensino da língua inglesa. "Não dá para viver só como tradutora-juramentada", afirma.
Segundo dados da Associação Profissional dos Tradutores Público e Intérpretes Comerciais do Estado de São Paulo, apenas metade dos profissionais nomeados em 1980 continuam em atividade.
Alguns abandonaram a carreira pela idade, mas, na opinião de Waldtraut Rose, 72, presidente da Associação, "muita gente desistiu ao descobrir que tradutor-público não é funcionário público."
O posto de tradutor-juramentado é vitalício, mas não garante trabalho. E a remuneração baixa é o principal motivo do êxodo. Estabelecida pela Junta Comercial, a tabela estipula o valor de R$ 14 a R$ 20 por lauda traduzida. Uma tradução livre custa o dobro.
Mas o mercado esteve aquecido no segundo semestre com as privatizações e a economia em expansão. Empresas estrangeiras aumentaram a demanda por tradução de procurações, contratos, processos e balanços. "Desde a queda nas bolsas, a fase boa acabou e voltamos ao marasmo", diz Lúcia Helena.

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