São Paulo, domingo, 23 de novembro de 1997
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NFL contra-ataca erupção de pancadaria

DA REPORTAGEM LOCAL; COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Na semana em que a National Football League mandou suas estrelas a escolas nos EUA para falar sobre a importância de ser leal e honesto, a liga, responsável pelo campeonato profissional de futebol americano, se viu obrigada a multar vários atletas por jogo sujo.
A violência dentro de campo tem sido alvo de críticas no país. A fama de jogo violento, antes contestada, se espalha novamente.
Anteontem, a NFL multou o atleta Quentin Coryatt, do Indianapolis Colts, em US$ 15 mil.
O valor não é astronômico. O motivo, grave. Coryatt atirou seu corpo contra a cabeça de Brett Favre em um lance em que seu adversário havia passado a bola para outro jogador do Green Bay Packers.
Coryatt está ficando famoso. Só em 97, recebeu três multas, todas por agressão a rivais.
Na mais grave, causou uma concussão cerebral em um jogador de 96 kg do Pittsburgh Steelers.
Além de Coryatt, outros três atletas foram multados nesta semana -de US$ 5.000 a US$ 10 mil- por agressão em jogo. Todos na categoria que a NFL chama de "violência desnecessária".
Outro atleta que ganhou a fama momentaneamente não foi punido. Cena já vista no Brasil, mas quase inédita em campos norte-americanos, Keith Hamilton, até então obscuro jogador de defesa, chutou a cabeça de um adversário quando este estava no chão.
Um outro agredido no último fim-de-semana não vai mais conseguir jogar nesta temporada.
Estrelas
As queixas de jogo violento não são novas. Na temporada passada, o lançador Steve Young, que divide os holofotes com Favre, cogitou aposentar-se por causa do jogo sujo. Não levou a idéia adiante.
Pelo contrário: imaginando que a violência não pararia, Young estreou neste ano um novo capacete, feito pessoalmente para ele, com travesseiros mais grossos e resistentes protegendo sua cabeça.
Hoje em sua 13ª temporada, Young sofreu sete concussões cerebrais durante jogos da NFL.
Outra estrela, porém, esteve do outro lado na semana passada.
No sábado, dois dias antes de a liga abrir a "Semana Nacional da Educação", com palestras de jogadores para jovens norte-americanos, Drew Bledsoe, do New England Patriots, parou na delegacia.
Em um show de rock, o lançador que levou o time ao Super Bowl, a final do último torneio, justamente contra o time de Favre, pulou do palco e acertou, com seus pés, uma garota de 23 anos no pescoço.
Na noite seguinte, Bam Morris, do Baltimore Ravens, foi acusado de agredir uma mulher em uma festa. "Meu advogado falou para eu não declarar nada", afirmou o jogador, em cujo Mercedes a polícia já achou maconha.
Evidências
Uma série de registros policiais durante as férias -de fevereiro a julho- já anunciava uma temporada problemática.
Nunca tantos jogadores se envolveram em complicações.
Em pequenas cidades do interior dos EUA, gastaram tempo e dinheiro e foram acusados de agressões, uso de drogas, estupro e excessos alcoólicos.

Com agências internacionais

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