São Paulo, domingo, 23 de novembro de 1997
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Saiba como será o Toyota brasileiro

JOSÉ CARLOS CHAVES
EDITOR DE VEÍCULOS

Depois da Honda, será a vez de a Toyota mostrar ao mercado mais um novo modelo nacional. Mas, enquanto o novo Corolla não é produzido aqui -o que só deverá acontecer em agosto do ano que vem, na fábrica de Indaiatuba (110 km de São Paulo)-, quem quiser saber como será o futuro concorrente do Vectra e do Civic terá de se contentar com a versão importada, que já está à venda.
A Folha e o Instituto Mauá de Tecnologia testaram o novo Corolla, que mostrou sua cara ao mundo no Salão de Frankfurt, em outubro passado, e que também foi um dos destaques do Brasil Motor Show, no mesmo mês.
Independentemente da opinião controversa que possam causar suas linhas, é no banco do motorista que se pode julgar melhor.
É um carro de poucos erros e muitos acertos. O motor 1.6 de 16 válvulas e 107 cavalos de potência não esbanja potência, mas serve muito bem ao motorista em esticadas na estrada ou em manobras rápidas na cidade. A direção ajuda, graças à firmeza do conjunto.
O câmbio automático manteve-se na média. O único ponto positivo aqui deve-se ao útil indicador de marchas no painel. O consumo agradou: fez 11,6 km/l na cidade e 14,7 km/l na estrada, iguais a de um modelo "popular".
A suspensão mostrou pouca tendência a inclinar nas curvas e boa relação entre firmeza (para não bater em excesso em piso acidentado) e maciez (para garantir o conforto). Nesse item, até parece um carro nacional.
Só o baixo cano do escape raspa em demasia, na hora de deixar garagens ou lombadas mais altas.
Os freios mostraram-se acima da média, principalmente em piso molhado, evitando travamentos inesperados, mesmo sem ter o sistema antitravamento ABS.
O espaço interno é bem resolvido, principalmente para a cabeça de todos os ocupantes. Sofrem apenas os passageiros traseiros, que viajam com os joelhos colados aos bancos dianteiros.
O desenho do painel, no entanto, não segue o do exterior. Não surpreende em nada. Ficou um pouco mais moderno, porém ainda abusa de linhas sem imaginação, comum em modelos japoneses.
É prático sem ser bonito. Excesso de porta-objetos facilita a organização no interior. No meio do painel, uma tampa esconde um prático espaço para guardar cacarecos, como um segundo porta-luvas.
O preço podia ser um pouco mais agradável ao bolso nacional. A versão com câmbio mecânico custa US$ 29,5 mil; a automática, cerca de US$ 31,8 mil. O Honda Civic LX (1.6 de 16 válvulas e 106 cv) sai a partir de R$ 25,95 mil e o Chevrolet Vectra GL (2.0 de 8 válvulas e 110 cv), R$ 24,4 mil. Mas ambos não trazem dois airbags, como o Corolla.

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