São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 1997
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Abrinq contempla quatro projetos

Prêmio será entregue hoje em São Paulo

PRISCILA LAMBERT
DA REPORTAGEM LOCAL

Quatro projetos de diferentes partes do país recebem hoje o Prêmio Criança, promovido pela Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, por desenvolverem programas de destaque em defesa dos direitos infantis.
Concorreram ao prêmio 109 programas. O já conhecido "Doutores da Alegria" -grupo de atores que se vestem de palhaço e criam brincadeiras para distrair crianças em hospitais de São Paulo- foi um dos vencedores.
O grupo, formado em 1991, é formado por 17 atores que se dividem em duplas para visitar crianças em seis hospitais da cidade. "A figura do palhaço transforma qualquer ambiente, até o de um hospital", diz o ator Wellington Nogueira, que iniciou o trabalho no Brasil.
Por promover noções e valores de cidadania entre crianças de 7 a 14 anos, o programa "Ouvidor Mirim", da Ouvidoria Geral do Estado do Paraná, também foi escolhido pela Fundação Abrinq.
O programa usa o teatro de bonecos para levar questões ligadas aos direitos da criança a estudantes de 9 a 14 anos do Estado.
Os alunos recebem cartilhas e promovem discussões sobre cidadania com colegas e pais.
Outros dois projetos vencedores do prêmio são realizados no Ceará. Um deles é o "Amigos da Prainha", desenvolvido com a comunidade de pescadores do Canto Verde, litoral do Estado.
Por trás dele está o suíço Rene Schãrer, que deixou cargo executivo em uma companhia aérea suíça para iniciar um trabalho de assistência à comunidade. Schãrer conheceu a região quando viajava a turismo. "A comunidade era abandonada, com escolas precárias e pais alienados."
Hoje, por meio de um projeto de desenvolvimento sustentado encabeçado por ele -com recursos doados por amigos de Schãrer de vários países-, as creches e escolas foram reformadas, os professores passaram por capacitações e a mortalidade infantil foi totalmente erradicada.
"De 370 crianças, apenas três ou quatro estão fora da escola."
O outro vencedor do Ceará foi o "Projeto Edisca" (Escola de Dança e Integração Social para a Criança e o Adolescente), desenvolvido desde 91 pela bailarina Dora Andrade com meninas pobres da periferia de Fortaleza.
O programa proporciona aulas de dança, reforço escolar, refeições e assistência médica a 258 garotas a partir dos 6 anos.
Depois da criação de uma biblioteca na escola, diz Dora, as garotas passaram a ler uma média de três livros por mês.
As dançarinas da Edisca se apresentarão hoje, no Memorial da América Latina, durante a entrega do Prêmio Criança 97. A solenidade começa às 20h30 e é aberta ao público.
Os interessados devem confirmar presença pelo telefone (011) 7295-7193.

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