São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 1997
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PIB deverá crescer 1,5%, estima a FGV

DA SUCURSAL DO RIO

A taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país em 98, segundo estimativas da Fundação Getúlio Vargas, será de 1,5%, previsão mais conservadora do que os 2% que vinham sendo divulgados pelo governo.
O cenário para a indústria de transformação em 1998 é ainda mais crítico, segundo Éden Gonçalves de Oliveira, chefe do CET (Centro de Estudos Tendenciais) da FGV.
"O setor de transformação deverá ficar estagnado no próximo ano, se a produção cair 10% no último trimestre, e a partir daí podemos esperar um crescimento de 1,5% no PIB global em 98", disse Oliveira.
"Já houve quedas maiores na produção da indústria de transformação, como a do último trimestre de 91, de 14%. O último trimestre do ano sempre apresenta uma retração de 5% ou 6%", disse.
Mas o quadro traçado pela 125ª sondagem que a FGV fez com a indústria de transformação, antes do anúncio do pacote, já era de retração. Os resultados foram divulgados ontem, no Rio.
A pesquisa abordou 1.442 empresas que, juntas, faturaram R$ 121 bilhões em 1996, gerando emprego para 850 mil pessoas. As exportações do setor, em 96, chega a R$ 12 bilhões.
"A indústria continua demitindo", disse Oliveira. A demissão, no terceiro trimestre, foi maior do que o previsto. De acordo com a sondagem, o efetivo empregado pela indústria caiu 11%, contra os 4% esperados.
A indústria de construção civil, segundo Oliveira, é o carro-chefe do crescimento da economia este ano, mas a previsão de crescimento para o setor também foi revista para baixo: de 8% para 7%.
A retração da indústria, de acordo com a sondagem da FGV, fica caracterizada pela diferença entre as empresas que registram aumento na demanda e na produção daquelas que apresentam queda. Esse resultado chama-se saldo, e foi o saldo do terceiro trimestre que ficou muito abaixo da média histórica do período. "Houve uma queda relativa na produção e na demanda", disse Oliveira.
Para 37% dos entrevistados, a demanda por produtos industriais no período foi maior do que a do segundo trimestre. Mas, para 19%, houve queda. Resultado: o saldo final, de 18%, ficou muito abaixo da média histórica de 31%.
Quanto à produção, 44% dos entrevistados disseram ter aumentado a produção em relação ao segundo trimestre, contra 27% que reduziram.
Oliveira disse ainda que, para 14% dos entrevistados, o nível de estoque estava muito alto no período. Os setores com os mais altos índices de estoque, ou os que menos venderam, são os de produtos metalúrgicos para uso doméstico e os de artefatos têxteis, também para uso doméstico.

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