São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Santas casas recuam e decidem negociar

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em assembléia realizada ontem, representantes das santas casas de São Paulo recuaram e decidiram negociar com o governo federal. A proposta de descredenciamento do SUS (Sistema Único de Saúde) foi recusada pela maioria.
A idéia de romper o contrato de prestação de serviços para o SUS partiu da direção da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo, que representa 324 santas casas.
"Essa deve ser uma opção individual, porque muitas santas casas não teriam como se sustentar sem o SUS", disse a irmã Josefina, do Hospital Santa Marcelina (SP).
A maioria afirmou que tem medo de falir se deixar de receber o repasse. A direção da federação sugeriu que, no caso de descredenciamento, as santas casas começassem a cobrar pelo atendimento.
Para receber isenção fiscal, as instituições filantrópicas têm que destinar uma parte da sua estrutura para o atendimento gratuito. Elas podem optar por 60% do atendimento gratuito em convênio com o SUS ou 20% de gratuidade sem o SUS.
Na reunião, as reivindicações foram reforçadas. Eles aumentaram o pedido de reajuste da tabela de procedimentos de 45% para 85%. Além disso, a assembléia pediu o pagamento imediato da dívida atrasada (R$ 200 milhões), a criação de um cronograma para os pagamentos e a transferência total dos recursos da CPMF.
O grupo discutiu formas de pressionar o governo. Carreatas de ambulâncias até Brasília e acampamentos (semelhantes a barracas da Cruz Vermelha) foram algumas das propostas apresentadas.
Outro grupo, ligado ao Sindhosp (sindicato dos hospitais), promete entregar esta semana o pedido de descredenciamento de 62 santas casas ao secretário da Saúde.

Texto Anterior: Tiroteio mata 8 e fere 7 no sertão de PE; Bicheiros têm pena reduzida pelo STJ
Próximo Texto: Pesquisador critica norma brasileira
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.