São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 1997
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Centro de SP pode ter pedágio e minianel

MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o objetivo de revitalizar o centro da cidade, a Prefeitura de São Paulo pretende intensificar a partir de dezembro a Operação Urbana Centro.
Entre as propostas da prefeitura está aumentar a população fixa do centro -hoje em torno de 80 mil pessoas- para 1 milhão de habitantes.
A prefeitura pretende adotar em 98 um minianel viário na região chamada de "coroa envoltória" do centro, a introdução de uma linha circular de trolebus e a permissão do acesso de carros particulares à região mediante taxa.
"Devemos implantar o que chamamos de zona verde", explica o secretário da Habitação, Lair Krahenbuhl. "É uma espécie de pedágio a ser pago por quem deseja ir ao centro de carro."
Está prevista ainda a introdução de um novo traçado para as ruas e avenidas que circundam o centro, que na prática formarão um minianel viário.
"Temos de absorver melhor as 2,5 milhões de pessoas que vêm diariamente ao centro", afirma Krahenbuhl. "Hoje, apesar da boa estrutura de transportes existente, há um aproveitamento equivocado dos recursos."
Táticas
A operação é uma lei que na prática ignora as regras de zoneamento e de uso e ocupação do solo para estimular novos investimentos na região central da cidade.
A idéia é atrair empreendedores ao permitir construções acima do limite definido pela legislação, em troca de uma contrapartida financeira paga ao município.
Além disso, a prefeitura oferece benefícios como a isenção de IPTU (Imposto Predial e Territorial urbano) por 10 anos ou a "venda" do potencial construtivo (autorização para construções acima do permitido) em outras regiões para possibilitar a revitalização do centro da cidade com recursos da iniciativa privada.
Como incentivo para essa revitalização, a prefeitura definiu também uma série de medidas, além de contar com a parceria de empresários do ramo imobiliário, construtores e "patrocinadores".
Cara nova Hoje, a prefeitura deve assinar convênio com a Rede Ferroviária Federal para definir qual a destinação do pátio do Pari, uma área com cerca de 400 mil m2 que faz parte da região abrangida pela Operação Urbana Centro e será leiloada.
"O ideal é que toda essa área faça parte de um complexo único, que reúna atividades comerciais, prestação de serviços, habitação e lazer", afirma Marco Antonio Ramos de Almeida, diretor-executivo da Associação Viva o Centro.
É prevista ainda pela prefeitura a mudança da zona cerealista do centro para a via Anhanguera (região noroeste de SP) e a recuperação do parque Dom Pedro.
Com a revitalização da região central, também volta a ser debatido o projeto que prevê a criação do paço municipal -centralização de todos os órgãos do município num único ponto da cidade.
A lei que permite a Operação Urbana Centro foi sancionada pelo prefeito Celso Pitta em 6 de junho.

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