São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 1997
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Jogo é proibido por incitação à violência no trânsito

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Justiça proibiu a fabricação, distribuição, divulgação e venda do jogo Carmageddon (para computador), distribuído pela empresa Brasoft.
O Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) informou ontem ao Departamento de Defesa do Consumidor que recebeu diversas denúncias de que o jogo incita à violência no trânsito.
O objetivo é atropelar o maior número possível de pedestres e jogar os outros carros fora da pista. O presidente da Brasoft, Paulo Milliet Roque, comprometeu-se a trocar as cópias do Carmageddon que estiverem no mercado por outros jogos.
Os consumidores que tiverem comprado o jogo podem entrar em contato com a empresa ou com o Denatran para efetuar a troca.
"Entendemos que o jogo não induz ao crime no trânsito, mas sabemos que ele é polêmico. Também entendemos que o governo está tentando mudar os hábitos do brasileiro no trânsito, e a empresa tem uma preocupação social."
O Carmageddon bonifica seus jogadores com tempo extra. Crianças, padres e vaquinhas atropelados valem 20 segundos; velhinhos, 40 segundos; mulheres grávidas, 5 minutos.
"Efeito artístico"
Há ainda os bônus: "vigor" (quando o motorista esmaga o pedestre contra a parede), "efeito artístico" (quando o atropelamento é "bonito") e o "dois em um" e "três em um" (quando o jogador atropela dois ou três pedestres de uma só vez).
O diretor do Denatran, José Roberto de Souza Dias, diz que jogo contraria a política de trânsito. Dias disse que a venda do jogo fere artigos do Código de Defesa do Consumidor, como o artigo 68º (propaganda abusiva que induz à violência). A pena, nesse caso, vai de seis meses a dois anos de cadeia.
O artigo 6º, inciso 1º, afirma que é contra o direito básico do consumidor produto que ofereça riscos à sua segurança e sua saúde.
Além de notificar a Defesa do Consumidor, o Denatran enviou uma notícia-crime ao Ministério Público Federal.

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