São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997
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Comissão aprova adiar isenção fiscal

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou projeto de lei que adia, por dois anos, a isenção do ICMS para produtos de uso e consumo das empresas. A isenção, que entraria em vigor em 98, ficou para 1º de janeiro de 2000.
A isenção está prevista na Lei Kandir, aprovada no ano passado, que isentou do pagamento do ICMS as exportações e os bens de capital (máquinas e equipamentos) para o reaparelhamento das empresas.
O projeto que adia a isenção para bens de uso e consumo das empresas, do senador Waldeck Ornellas (PFL-BA), foi negociado pelos secretários estaduais da Fazenda com o ministro do Planejamento, Antonio Kandir.
A decisão precisa ser submetida ao plenário do Senado e à Câmara.
Kandir recebeu a proposta dos secretários da Fazenda do Ceará, Bahia e Rio de Janeiro em nome do Conselho Nacional de Política Fazendária.
"Não há por que renunciar a essa receita numa hora em que o governo federal está fazendo ajuste fiscal e exigindo que os Estados façam o mesmo", disse Ornellas.
Segundo o senador, com o adiamento da isenção para bens de uso e consumo por dois anos, os governos estaduais terão melhor condição de absorver o impacto da perda de receita com a isenção.
O adiamento vinha sendo negociado pelos secretários estaduais desde a apresentação, na Câmara, de projeto que prevê o pagamento aos Estados de R$ 3,6 bilhões decorrentes de perdas com a Lei Kandir.
O secretário da Fazenda de Minas Gerais, João Heraldo, foi o primeiro a propor ao governo que adiasse a vigência da isenção do ICMS para bens de uso e consumo para reduzir a tensão com os governadores.
O governador de São Paulo, Mário Covas, iniciou a mobilização dos governadores para receber o ressarcimento integral de perdas com o ICMS.
O governo federal, no entanto, argumenta que a Lei Kandir adotou um seguro de receita para garantir a arrecadação do ICMS, que cresceu em relação ao período 1995-1996 e, por isso, não exige o pagamento.
O ministro Antonio Kandir (Planejamento) afirmou que o governo vai se empenhar para aprovar o projeto.
Os secretários afirmavam que a fiscalização sobre a cobrança do imposto era impraticável na data estipulada pelo governo. Kandir disse que o governo adiou a data porque reconhece as dificuldades. Calcula-se que o imposto proporcione arrecadação de aproximadamente R$ 800 milhões.

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