São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Professor nega conhecer acusações da PF
DA REPORTAGEM LOCAL O professor Leonardo Teodoro de Castro disse ontem, entre frases desconexas e outras sem sentido, que não acredita que esteja sendo usado como bode expiatório e que não pode dizer que não foi ele quem colocou a bomba no avião.Leia a seguir os principais trechos da entrevista concedida por Castro no anfiteatro da Unifesp (Universidade Federal Paulista). * Pergunta - Professor, o sr. se lembra do acidente? O sr. compreende a situação em que o sr. está envolvido hoje? Leonardo Teodoro de Castro - Acidente? Eu não me lembro. Pergunta - O sr. já foi informado de que é acusado de ter colocado uma bomba que causou uma explosão em um avião da TAM? Castro - Isso eu desconheço. Pergunta - O sr. lembra que o sr. usava óculos? Castro - Se usava óculos? Não. Usei óculos quando usava óculos, isso há muitos anos. Leitura eu leio, mas agora estou com problema de visão. Agora tenho que passar por uma revisão. Pergunta - O sr. lembra que foi apresentado um óculos ao senhor na polícia? Castro - Essa polícia aí, eu não sei, desconheço. Pergunta - O sr. teve contato com a polícia pouco antes do acidente? Castro - Não. Pergunta - O sr. lembra que o sr. tinha uma máquina de escrever? Castro - Máquina de escrever? Não. Pergunta - Conhece pólvora? Castro - Não. Pergunta - Bala de revólver? O senhor conhecia? Castro - Não, não. Conhecia não. Até já... já vi, mas não conhecia profundo, não. Pergunta - E luvas? Par de luvas que a polícia teria encontrado no seu apartamento? O sr. usava essas luvas para quê? Castro - Não, senhor. Isso aí é desconhecido. Pergunta - O sr. se lembra do atropelamento? Castro - Atropelamento? Lembro não. Porque... uma coisa que caiu, aconteceu comigo e matou. Pergunta - Professor, o sr. se lembra do seu nome completo? Castro - Meu nome? Meu nome é professor (pausa) Leonardo Teodoro de Castro. Pergunta - Como o sr. acha que vai ser sua vida a partir de agora? O sr. está saindo do hospital depois de muito tempo e acusado pela Polícia Federal. Castro - Acho que não tem nem expressão (...incompreensível). Pergunta - O sr. tem condições de dizer que não colocou a bomba no avião? Castro - Não, não. Pergunta - O sr. tem consciência de que a Polícia Federal indiciou o senhor no inquérito como acusado de ter colocado a bomba? Castro - Isso aí é utopia, impossível. Não tem condição, isso aí. Pergunta - Alguém está pegando o sr. como bode expiatório? Castro - Acho que não. Pergunta - Para a Polícia Federal, o sr. entrou num avião, instalou uma bomba, esse avião explodiu, parte dele foi rompida e uma pessoa morreu na explosão. É essa a acusação que lhe é feita. O sr. teria cometido um atentado contra um avião. Como o sr. vê essa acusação. Castro - Não tem. Não tem notícia disso aí, não. Texto Anterior: Mãe diz que não notou parto Próximo Texto: Processo poderá ser suspenso Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |