São Paulo, domingo, 30 de novembro de 1997
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Exportação sobe 80% e atingirá US$ 110 bi

CÉLIA GOLVÊA FRANCO
DA ENVIADA À CIDADE DO MÉXICO

Em 1994, o México exportou US$ 60,9 bilhões; este ano, está exportando cerca de US$ 110 bilhões. Um aumento de 80% em apenas três anos.
Com isso, o México está exportando quase um terço de tudo o que produz, enquanto o Brasil deve vender ao exterior menos de 7% do que fabrica.
Outra comparação com os dados brasileiros é também impressionante: o México, cuja economia é praticamente a metade do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, exporta mais do que o dobro do que o Brasil, cujas exportações devem ser de US$ 53 bilhões em 97.
Foi o rápido aumento nas vendas ao exterior que permitiu que a economia mexicana voltasse a crescer de forma tão vigorosa desde 95.
Isso ocorreu em grande parte pelo fácil acesso dos produtos mexicanos ao mercado americano em função do Nafta (acordo comercial entre México, EUA e Canadá).
No ano passado, 84% das exportações mexicanas foram para os Estados Unidos e a tendência se acentuou ainda mais em 97, nos cálculos de um banco americano. Mas o modelo, segundo esse banco, é irreproduzível.
"O México vai se transformar em um grande Texas. O que não é um mal negócio para os mexicanos porque se ocorrer algum problema com sua economia, os EUA terão interesse em ajudar", comenta Marcelo Dantas da Costa, chefe do setor econômico da embaixada brasileira na cidade.
A concentração tão grande dos negócios apenas com os EUA torna o México suscetível às variações da economia americana.
O Banco JP Morgan prevê, por exemplo, que o México vai crescer menos em 1998 -5% em vez dos 7% deste ano- porque se espera que os EUA diminuam um pouco o ritmo de suas atividades.
Em contrapartida, o México está hoje menos dependente das exportações de petróleo e das vendas ao exterior da chamada indústria "maquiladora", as empresas que importam com isenções peças e componentes e apenas montam os produtos a serem exportados.
Há três anos, as "maquiladoras" eram responsáveis por 43% das exportações; em 96, por 38,5%.
(CGF)

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