São Paulo, domingo, 30 de novembro de 1997
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Exploradores ensinam a administrar riscos

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Aventureiros profissionais passaram a fazer parte do kit de sobrevivência dos executivos das empresas na atual crise que abala as economias mundiais.
Afinal, a experiência de quem já enfrentou tufões, ondas gigantes e montanhas geladas pode ser vital para empresas que voltam a conviver num ambiente de elevada temperatura econômica.
E o segredo dos navegadores Amir Klink e Vilfredo Schurmann e do alpinista Waldemar Niclevicz é exatamente o de saber administrar riscos e ser bem-sucedido.
"Aprendemos a tomar decisões sob pressão e passamos a experiência para empresas", diz Schurmann, que começou na semana passada uma nova viagem de volta ao mundo com sua família.
Nas palestras, esses exploradores comparam suas aventuras à vida das companhias. Planejamento estratégico, disciplina e motivação da equipe são considerados básicos para conseguir superar situações de risco.
Schurmann exemplifica seu raciocínio com uma tempestade, que não acontece de repente. "Primeiro o céu escurece."
Nas empresas, diz, também há indícios que apontam para a crise, diz o navegador que é formado em economia e usou, na década de 80, o dinheiro ganho na Bolsa de Valores para financiar suas viagens.
Outra dica é saber onde exatamente está o risco para a empresa. "As pessoas pensam que o perigo está em uma onda de 18 metros ou em bater num iceberg. Mas os riscos estão mais ligados a detalhes do planejamento", diz Klink ao narrar suas experiências de navegador solitário.
Como exemplo da importância do detalhe, ele diz que costuma se prestar muita atenção em um mastro de US$ 20 mil, mas se esquece da cupilha -um grampinho que custa centavos de real, prende peças no barco e sua ausência pode derrubar o mastro.
Pronto para as avalanches de neve, Niclevicz usa a metáfora de uma escalada em montanha para ensinar a gerenciar riscos.
Primeiro, é preciso identificar o perigo (a avalanche) e avaliá-lo. Depois, estuda-se uma forma de eliminá-lo. "Vale a prudência. Se há a chance de uma avalanche, é melhor montar acampamento em outro lugar. O alpinismo não brinca com a roleta russa."
Afinal, o objetivo é vencer o risco e chegar ao alto da montanha.

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