São Paulo, domingo, 30 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pai e filho fazem arte em madeira

LIGIA BRASLAUSKAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

No bairro do Pacaembu, em plena região central de São Paulo, um engenheiro agrônomo aposentado e um arquiteto mantêm viva a tradição de produzir peças de arte artesanais em madeira.
Pietro Pacini, 72, engenheiro agrônomo, começou a criar peças de decoração há cinco anos, depois que se aposentou.
Vindo da Itália em 1948, trouxe de herança as habilidades do pai, que era marceneiro. Hoje, trabalha com o filho Bruno, 45, arquiteto. Juntos desenvolvem peças de decoração e utilitários.
No início, os objetos produzidos eram comercializadas apenas entre conhecidos. Mas o tipo de trabalho, que exige muita precisão e perfeccionismo, começou a chamar a atenção de pessoas ligadas ao comércio de objetos de arte.
As peças fizeram tanto sucesso na região onde moram e entre os amigos que hoje, além do ateliê, os produtos podem ser encontrados em três lojas especializadas em decoração e presentes.
A parte de criação dos desenhos e o recorte da madeira, feito com uma serra de precisão conhecida como "tico-tico", ficam por conta do velho Pacini. O acabamento e as vendas ele deixa para o filho.
A variedade é grande. Abajur, luminárias de mesa e de chão, oratórios (armários utilizados para colocar imagens religiosas), suportes para bíblia, porta-revistas e bandejas são alguns dos produtos oferecidos pelos artistas.
Os preços são variáveis. Uma caixinha para guardar miudezas custa cerca de R$ 15. Um biombo pode chegar a R$ 1.200.
Se à primeira vista os preços parecem altos, depois de olhar as peças de perto isso passa a ser apenas um detalhe. Assim como todo trabalho artesanal, a criação e montagem das peças exigem muito tempo e atenção dos artistas.
Segundo os artesãos, para conseguir um resultado mais harmonioso foi preciso substituir todos os parafusos por emendas, quase invisíveis, feitas com cola e muita paciência.
As peças são trabalhosas e, em média, um oratório pode levar até uma semana para ficar pronto.
"As coisas menores, como bandejas e caixinhas, são simples de recortar e de montar. Mas uma cúpula de abajur pode levar até três dias", diz Pietro.
As peças podem ser encomendadas com exclusividade. Para isso basta que o cliente escolha um desenho desenvolvido pelos artistas ou leve um que já esteja pronto.
"Nós temos uma cliente budista, que pediu para descaracterizar o oratório do estilo católico. O resultado final ficou muito interessante", diz Bruno.
Os dois têm idéia de começar a desenvolver peças mais ligadas à decoração do dia-a-dia, como cinzeiros e lustres, e já estão estudando formatos e estilos.

Onde encontrar -Ateliê Pacini: (011) 864-0764; Casa Geramar: (011) 873-3739; Loja Catedral: (011) 210-5639: Tudor House: (011) 825-7055.

Texto Anterior: Sítio é opção para quem quer sossego
Próximo Texto: Aluguel de imóvel comercial tem alta
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.