São Paulo, quinta-feira, 4 de dezembro de 1997 |
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Cresce a concentração de renda no país nos últimos dez anos IBGE constata redução de gastos com comida, roupa e lazer SERGIO TORRES
As conclusões são da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) entre 1º de outubro de 95 e 30 de setembro de 96. Os percentuais obtidos foram comparados com a POF anterior, feita entre 87 e 88. A POF também comparou a atual concentração de renda com a registrada há dez anos. Para avaliar a concentração de renda, o IBGE utilizou o Índice de Gini, que adota escala de medição que vai de 0 a 1. Quanto mais próxima de 1, maior a concentração de renda determinada pelo índice. A concentração de renda, de acordo com o método da POF, subiu de 0,5698, em 87, para 0,5781. A menor concentração de renda registrada pela pesquisa foi em São Paulo (0,5441). A maior, em Fortaleza (0,6220). A pesquisa foi realizada nas regiões metropolitanas de nove capitais (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém), além de Goiânia e Distrito Federal. Ao todo, 16.014 domicílios foram pesquisados. A partir de 98, a POF servirá de base para a definição dos pesos de cada produto e serviço no cálculo do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A diminuição dos gastos do brasileiro com roupas e calçados foi constatada pela POF. Há dez anos, os gastos com vestuário consumiam 9,54% dos ganhos. A pesquisa mostra que, hoje, o brasileiro só gasta 4,71%. "Há uma cautela maior nos gastos em relação ao que não é comida, saúde, educação. A pessoa fica mais seletiva nos gastos", disse Márcia Quintslr, diretora do IBGE. Na área de saúde, a POF constatou aumento de gastos de 5,31% para 6,53%. O brasileiro também passou a gastar mais em educação (de 2,67% em 87 para 3,49% em 96), principalmente no pagamento de cursos de 1º e 2º graus, universitários e pré-escolares. O lazer ficou praticamente à margem das prioridades do brasileiro. A queda de gastos no setor foi expressiva: de 3,18%, há dez anos, para 0,99%. Aluguéis Os gastos com habitação passaram de 15,71% em 87 para 20,77% no ano passado. O IBGE aponta os aluguéis como responsáveis pela maior parte desse aumento. Os setores mais pobres da população estão comprando bem mais aparelhos eletrodomésticos, de acordo com a pesquisa. O brasileiro tem também trocado alimentos tradicionais, como feijão, arroz, leite e legumes, por produtos industrializados e comida semipronta. A pesquisa mostra também que o brasileiro gasta hoje menos dinheiro com comida. Texto Anterior: As pequenas empresas e a tecnologia Próximo Texto: Pnad tem outro resultado Índice |
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