São Paulo, quinta-feira, 4 de dezembro de 1997
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Prova do ITA é considerada a mais difícil de todo o país

GIOVANA GIRARDI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Estudar no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) pode ser o sonho de muito menino e, atualmente, de muita menina, mas a tarefa exige um árduo esforço. O vestibular começa no próximo dia 9. Traz questões trabalhosas, tornando o exame o mais difícil do país.
Essa é a opinião dos professores do cursinho Objetivo, que oferece aulas especiais para os candidatos ao instituto.
Segundo o coordenador de física do cursinho, Eduardo Figueiredo, o candidato tem de tomar cuidado para não perder tempo em uma só questão: "As questões de mecânica são dificílimas, mas as de eletricidade são mais fáceis. O candidato precisa lembrar que todas têm o mesmo valor e não se apavorar".
Ele afirma que muitas questões são literais, e não numéricas, tornando o exercício mais complicado e exaustivo. "Dê uma folheada geral na prova e comece pelo mais fácil. Deixe para trás as questões literais", afirma.
O coordenador de química, Antonio Mario Salles, recomenda que o candidato vá descansado para a prova, porque ela é muito trabalhosa.
Salles lembra também que alguns assuntos já abandonados por outros vestibulares ainda são cobrados no ITA, como os orbitais e hibridação, mas ele pede calma: "Se é difícil para você, é difícil para todo mundo".
Em matemática a dificuldade está no "rebuscamento das questões", afirma o coordenador Giuseppe Nobilioni. Segundo ele, os testes não pedem um raciocínio direto, mas vários assuntos diferentes juntos.
"Se até os professores encontram dificuldade, mesmo possuindo uma visão global da matéria, imagine os alunos", diz.
Outro problema é o tamanho das questões. Ele conta que houve uma prova em que um enunciado ocupava uma página inteira: "O candidato desiste antes de tentar resolver".
As provas de exatas são formadas por teste e questões que devem ser justificadas. Em alguns casos é pedido que se explique por que as alternativas do teste estão certas ou erradas.
O coordenador de inglês, Arnon Hollaender, afirma que a prova exige um bom conhecimento da língua, com textos longos e difíceis. Tempos verbais é o assunto mais cobrado.
Conhecer muito bem a língua também é a exigência na prova de português. Segundo o coordenador José Francisco Lé, "o exame cobra as exceções, as notas de rodapé da gramática". A parte de literatura é considerada por ele a mais fácil, em que é cobrada a história da literatura. Ele recomenda que o candidato comece a prova pela redação.
A dificuldade do ITA assusta, mas também inspira um desafio. É assim que João Otavio Demasi, 18, encara a prova. O curso que ele realmente quer fazer é direito, mas está prestando ITA pelo "desafio de passar no vestibular mais difícil do país".
(GG)

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