São Paulo, sexta-feira, 5 de dezembro de 1997
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Atores garantem humor de 'Caixa 2'

É o que o chamado teatro comercial pode oferecer de melhor. Uma comédia bem escrita, que prende a atenção, interpretada por atores treinados no humor, em suma, um espetáculo que assegura o riso -sem maior compromisso- até o final.
Lembra produções de Marcos Caruso ou Miguel Falabella, em seus melhores momentos. "Caixa 2" é despretensiosa. Oferece "bom divertimento", como escreve o diretor Fauzi Arap.
Parte do escândalo dos precatórios, que aliás já se perdeu na sequência desmedida de escândalos brasileiros, para retratar banqueiros, laranjas, trabalhadores, num universo de "bons" e "maus". E todos ou quase todos sustentados por interpretações de qualidade.
"Caixa 2" espelha o vale-tudo nacional, em que todos querem se locupletar e o "bem" é representado por aqueles que roubam dos ladrões. O grande achado é sem dúvida o elenco, encabeçado por Juca de Oliveira e por Fulvio Stefanini, este em interpretação que se revela iluminada, no papel do gerente de banco demitido pelo banqueiro -também rematado- de Oliveira. Cláudia Mello, como a mulher do gerente de banco que termina, ela mesma, por dar um golpe no banqueiro, confirma o grande talento, antes para a tragédia, agora para a comédia.
É um espetáculo tradicional, sem maior ambição estética, mas não seria o caso de pedir mais do que oferece. E "Caixa 2" oferece bom divertimento.

CAIXA 2 - Texto: Juca Oliveira. Direção: Fauzi Arap. Com: Juca de Oliveira, Fulvio Stefanini, Suzy Rêgo e outros. Cultura Artística (r. Nestor Pestana, 196, região central, tel. 258-3616). 363 lugares. Qui. a sáb.: 21h. Dom.: 18h. Até 21/12. 90 min. 12 anos. Ingr.: R$ 25 (qui., sex. e dom.), R$ 30 (sáb.) e R$ 15 (nos postos da Apetesp). Estac. (R$ 7).

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