São Paulo, sábado, 6 de dezembro de 1997
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Segurança da família Diniz mata ladrão

RENATO KRAUSZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O desempregado Aris Santos Gomes, 22, foi morto anteontem à noite por um segurança de Adriana Diniz, filha do empresário Abilio Diniz, do grupo Pão de Açúcar, durante uma tentativa de assalto.
Esse foi o segundo caso, em menos de um mês, de tentativa de assalto com morte envolvendo seguranças dos filhos do empresário.
No dia 20 de novembro, o assaltante Joelson Barbosa Ferreira, 22, foi morto durante tiroteio com a escolta de João Paulo Diniz. Nos dois casos, todos os seguranças envolvidos são ou já foram da PM.
A tentativa de assalto de ontem ocorreu às 20h45, na porta da casa de Adriana, na zona sul de São Paulo. De acordo com a assessoria de imprensa do Pão de Açúcar, Adriana já estava dentro de casa e a tentativa de roubo foi contra os seguranças.
O segurança Bento Braz Luiz, 38, disse à polícia que estava dentro de um Kadett quando Aris e outro homem anunciaram o roubo. Segundo Luiz, os dois assaltantes começaram a atirar e, no revide, Aris foi atingido com um tiro no rosto.
O segurança Luís Henrique Balzani, 56, também participou do tiroteio. O terceiro segurança, Benedito Aparecido Gomes, 36, disse à polícia que estava desarmado.
Aris, que tinha passagens criminais por roubo, receptação e tráfico de drogas, foi levado ao Hospital Regional Sul, mas já chegou morto. As armas dos ladrões não foram encontradas pela polícia.
A reportagem da Folha tentou entrar em contato ontem com Adriana Diniz, mas uma funcionária da casa disse que ela não estava.
Policiais
Os seguranças Luiz e Gomes são policiais militares e Balzani é sargento aposentado. O regulamento da PM considera transgressão disciplinar o policial da ativa fazer qualquer tipo de bico.
A Polícia Civil investiga a informação de que os seguranças de João Paulo deram três tiros no ladrão quando ele já estava no chão.
A polícia ainda não ouviu os seguranças, pois aguarda o laudo da morte do assaltante ficar pronto.
Segundo a PM, os procedimentos disciplinares para apurar e punir os policiais por causa do bico ainda não foram concluídos.
A assessoria de imprensa do Pão de Açúcar não soube informar se os seguranças de João Paulo continuam trabalhando na empresa. A assessoria também não informou o número de PMs que trabalham lá. Segundo os assessores, a segurança é dividida entre funcionários contratados e prestadores de serviços, dos quais alguns são PMs. (RENATO KRAUSZ)

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