São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Despenca a venda de eletroeletrônicos

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas da indústria eletroeletrônica despencaram em novembro. A queda, em unidades, foi de 41,8%, em média, na comparação com igual mês de 1996 e de 27,2% em relação a outubro.
Dezembro promete ser também ruim. A previsão dos fabricantes é encerrar o mês com vendas 40,2% menores do que às de igual período do ano passado e 32,3% menores do que às de novembro.
Outras duas linhas de produtos -eletrodomésticos e portáteis- registraram queda forte nas vendas em novembro. Na comparação com o ano passado, essa redução foi de 30,7% e de 26,1%, respectivamente. Em relação a outubro, a diminuição foi de 19,2% e de 0,37%, respectivamente.
Roberto Macedo, presidente da Eletros, diz que não era possível esperar números muitos diferentes, pois o mercado de eletroeletrônicos vinha esfriando desde abril, especialmente por causa do esgotamento da capacidade de compra do consumidor.
"Com o aumento dos juros e da carga tributária, que reduz o dinheiro disponível para as compras, as vendas desabaram." As vendas de videocassetes, por exemplo, caíram 61% em novembro na comparação com as de igual período do ano passado e as de televisores em cores, 46,2%.
A linha de eletrodomésticos também registrou queda significativa. As vendas de freezers, por exemplo, caíram 55%, e as de fogões, 41,9%, no período.
Macedo diz que diante desses números, as perspectivas dos fabricantes são bastante pessimistas para o ano que vem, sobretudo para o primeiro semestre.
Apesar de 1998 ser um ano de Copa e de eleições, diz ele, se as vendas permanecerem parecidas com as deste ano já será um ótimo resultado para os fabricantes.
Affonso B. Hennel, presidente do conselho de administração da Semp Toshiba, mais pessimista, acredita que as vendas, em unidades, podem cair até 20% no ano que vem na comparação com este.
"Eleição regada a dinheiro acabou no Brasil", diz ele, ao comentar a possibilidade de a eleição movimentar a economia. "E a Copa não aumenta venda, só antecipa."
Segundo ele, 1998 será um ano muito difícil para o setor. "Há uma movimentação nas lojas, mas o cenário não deve mudar muito."
Hennel diz que os investimentos da Semp estão suspensos. Ele diz que neste ano a sua empresa deve faturar cerca de R$ 500 milhões, 38% a menos do que em 1996 e registrar prejuízo operacional.

Texto Anterior: BC pode deixar bancos falirem
Próximo Texto: Setor já cogita reduzir salários
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.