São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 1997
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'Clube' arma duelo moral ambíguo

MARCOS DÁVILA

O ringue está armado. Do lado direito, Henry Harding, deputado conservador trajando toda a hipocrisia do puritanismo britânico. Do lado "errado", Tanya Cheex, a rainha do maior clube de sadomasoquismo de Londres, exibindo seus lindos seios cravados de piercings.
São esses dois opostos (mas nem tanto) que montam o enredo de "Clube do Fetiche", do inglês Stuart Urban. O título original, Preaching to the Perverted -algo como "pregando o perverso"-, indica a ambiguidade do filme. Quem vai crucificar quem? Quem é, de fato, o perverso?
Harding resolve extinguir a cena fetichista londrina contratando um assistente virginal para se infiltrar no clube. Mas o jovem acaba se envolvendo com Tanya e imerge num conflito moral.
No final, roupas de vinil, chicotes e falos dividem a cena com becas, perucas brancas, martelos e varas de marmelo. Os ícones dos "bons costumes" também aparecem como fantasias perversas de poder e dominação.

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