São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 1997
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MEC classifica 11 cursos como ruins

BETINA BERNARDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil tem pelo menos 11 cursos superiores considerados ruins pelo Ministério da Educação. As instalações, corpo de professores e estrutura curricular oferecidos por esses cursos foram considerados "insuficientes" pelo MEC.
A avaliação foi feita por comissões de especialistas, enviadas pelo ministério a instituições que já haviam tido notas baixas no provão de 96 para avaliar as condições de oferta dos cursos.
Na segunda avaliação, não houve nota. As condições dos cursos em cada grupo foram qualificadas como muito boas, boas, regulares e insuficientes.
Insuficientes
"É lógico que um curso que tenha insuficiente em todos os grupos é ruim", diz o secretário de Educação Superior do MEC, Abílio Baeta Neves.
Foram classificadas como insuficientes instituições de sete Estados (veja quadro).
É o caso de 11 das 104 faculdades avaliadas: três de São Paulo, duas de Minas Gerais, o curso de direito da Universidade Federal do Acre, duas de Alagoas, uma da Paraíba, uma do Mato Grosso e uma de Goiás.
O primeiro provão avaliou 616 cursos. Desses, obtiveram conceitos D ou E, os piores do exame, 173 cursos -93 de administração, 53 de direito e 27 de engenharia civil.
Os indicadores usados para a avaliação foram organizados em três grupos: qualificação do corpo docente (titulação acadêmica, experiência profissional), organização didático-pedagógica (elementos de concepção e execução do currículo) e instalações.
Os dois primeiros grupos tiveram peso de 35% na avaliação, e o terceiro, de 30%. Dos 39 cursos de administração, 46,2% têm qualificação de professores insuficiente e 48,7%, regular. A organização pedagógica de 56,4% deles é insuficiente, e as instalações de 56,4% são muito boas ou boas.
Com relação à engenharia civil, 44,4% dos 27 cursos têm qualificação insuficiente do corpo docente, mas a mesma proporção tem qualificação boa e 11,1%, muito boa.
A organização pedagógica de 77,7% delas é considerada muito boa ou boa, mesma qualificação de 62,9% das instalações.
Recadastramento
Em janeiro começa o recadastramento dos cursos universitários. Serão levados em consideração, entre outras avaliações, os desempenhos no provão, e os conceitos dados pelos especialistas.
As comissões estão encaminhando recomendações às 104 instituições, estabelecendo para cada uma delas um prazo para que sejam cumpridas. O não-acatamento das sugestões poderá resultar no descredenciamento das faculdades.

LEIA a relação das faculdades visitadas pelo MEC na pág. 3-8

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